DOM, 12 DE JANEIRO
DE 2003 22:20
RAYMOND
DE SOUSA
As
provas Bíblicas do uso de imagens e ícones na liturgia e devoção.
Fiquei muito
satisfeito com a visita de dois Testemunhas de Jeová à minha casa. Foi muito
desafiante ver que os dois eram bem firmes sobre sua crença. Um homem e uma
mulher, Bíblia na mão, desejosos em começar a discussão. Uma foto colorida da
estátua de Nossa Senhora de Fátima - a que verteu lágrimas em Nova Orleans -
estava em um lugar bem proeminente na parede da sala. Os TJs não perderam
tempo.
"Eu era católica, sabia?", ela
iniciou, "até que compreendi que estava adorando ídolos ao invés de
Jeová", disse candidamente. "Me livrei de todos os ídolos que tinha,
e centrei minha atenção na Bíblia". Imaginei que se meus visitantes fossem
Anglicanos ou algum outro ministro protestante poderíamos ter tido uma
discussão mais racional sobre este assunto. Mas não com TJs. A maioria dos
anglicanos da Austrália não relutaria em ver estátuas da rainha Vitória nos
parques públicos. O mesmo se aplica ao capitão Cook e outros grandes
personagens da história daquele país. Nem os protestantes dos Estados Unidos -
clássicos ou pentecostais - acreditam que o Memorial Lincon em Washington é um
templo pagão para adoração de um ídolo de fundição cujas características são de
um presidente já morto.
Não. Todos sabem
que aquelas estátuas possuem um propósito específico, isto é, relembrar a nós
da pessoa que é honrada, suas virtudes e feitos pelo bem da nação. Se alguém
pichar as estátuas da rainha Vitória ou de Abraham Lincon não estará
simplesmente desfigurando um pedaço de ferro fundido, mas a memória da pessoa
e, conseqüentemente, os valores da nação que por extensão estão representadas
na pessoa da estátua. É por isso que imagens são feitas para honrar grandes
homens e mulheres, e é por isso que temos fotos de nossos queridos em lugares
especiais em nossas casas, e, às vezes, beijamos a figura de um filho ou filha
morta, ou por saudade do noivo que está viajando, como expressão de carinho a
ele ou ela.
Mas todas estas
considerações são totalmente estranhas aos TJs. Tive de falar em uma língua que
eles entendessem. Então comecei: "Estou satisfeito em saber que você se
livrou de todos os ídolos de sua casa e centrou sua atenção na Bíblia. Isto é
ótimo. Agora, diga-me, o que você me diria se eu adquirisse um Bíblia de você,
e, ao invés, de ler, eu chutasse ela através da porta, rasgasse ela e
terminasse fazendo aviõezinhos com suas páginas, que lançaria pela janela até a
rua. Agora, o que você diria?" Terminei de dizer sorrindo.
Ela respondeu,
"Diria que você não tem respeito pela Palavra de Deus, e irá receber a ira
de Jeová..." "Por enquanto é só" - disse eu - "Mas o livro
da Bíblia não é só... papel? Para quê esse exagero todo? Um dicionário, uma
lista telefônica, um jornal e uma Bíblia são, estritamente falando, apenas
papel e tinta! Porque vocês TJs seriam indiferentes se eu fizesse aviõezinhos
de papel com papel de uma lista telefônica, mas não ficariam se eu os fizesse
usando o papel de uma Bíblia?"
O rapaz estava
doido para falar: "A Bíblia contém a mensagem de Jeová, e suas páginas
devem ser tratadas com reverência e respeito pelo que representam. Uma lista
telefônica ou um dicionário não representam da Palavra de Jeová Deus", ele
concluiu, com um toque de seriedade pontifícia. "Pois é por esta mesma
maneira que temos imagens", eu disse. "Não é o ferro ou madeira ou
outro material usado que se faz importante, mas a personalidade representada, a
mensagem que elas trazem".
"Devemos ser
guiados pelo Bíblia, sabia" disse a mulher, bem treinada na maneira de
mudar de assunto. "E a Bíblia é muito, muito clara quanto imagens e
ídolos, sabia? Veja Ex 20,2-5. Aqui você vê os mandamentos de Jeová contra
qualquer forma de ídolo ou estátuas, como preferir chamá-las. Posso ler para
você na sua própria Bíblia, se preferir?" Ela tomou minha Bíblia da mesa
de café, e suas mãos bem treinadas passearam pelas páginas. Então, com uma face
ardente, ela leu bem alto: "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou do Egito,
da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti
imagens de escultura, nem figura alguma do que há embaixo da terra, nem do que
há nas águas debaixo da terra. Não adorarás tais coisas, nem lhes prestarás
culto. Porque eu o Senhor teu Deus sou um Deus ciumento".
Ela parou por um
momento, para ter certeza que eu ouvi a mensagem, e, com um estudado aceno com
a cabeça terminou dizendo que... "Como você vê, Jeová Deus abomina
idolatria... sabia?"
"Sim,
sabia", respondi. "Mas Deus não está condenando pinturas ou
esculturas como uma arte, mas apenas as imagens ou outras representações que
eram adoradas pelo povo. Você retirou o texto de seu contexto natural e
transformou-o em um pretexto contra a Igreja Católica. Se você verificar outros
textos paralelos, verá que o que Deus condena é a escultura de ídolos com o
propósito de adoração destes mesmos ídolos, que são vistos como ?deuses? pelo
povo idólatra, e não meramente imagens representando heróis nacionais ou
santos. Veja, por exemplo, Ex 20,23 e 34,17; Lv 19, 4.26; Dt
4,23-24.27,15." (o leitor desta carta verifique, por favor, estas
passagens).
"Quer
dizer", falou o rapaz, "Que você está me dizendo que, se o povo não
adorar as imagens como deuses mas simplesmente as honrar como representações de
pessoas virtuosas, Jeová não levará em consideração?"
"Matou a
charada, meu rapaz", respondi. "O que estou querendo dizer para você
é ainda mais: Deus nosso Senhor ordenou que imagens fossem esculpidas! Ele
disse ao povo para ter mais respeito a elas que qualquer Britânico teria com a
imagem da rainha Vitória, ou qualquer patriota americano teria com o memorial
Lincon ... sabia?" Conclui, com algo meio teatral.
A moça deu uma
risada irônica que ecoou pela sala, como morcegos com um radar defeituoso em
uma pequena garagem. "Mas você não encontra isto na Bíblia!!!",
bradou ela. "É uma invenção católica romana, porque Jeová Deus nunca se
contradiria! Como poderia condenar ídolos e depois ordenar que fossem
esculpidos? Não pode ser, sabia disso?"
"Claro que não
pode ser!", disse. "Isto não foi o que eu disse. Deus nosso Senhor
condena a feitura de ÍDOLOS para adoração, mas ordena a escultura de IMAGENS
para veneração"
O rapaz estava tão
ansioso que sua transpiração atravessava sua nuca: eles achavam que finalmente
tinham me encurralado. Deixei que eles tivessem alguns momentos de alegria, mas
não muitos. "Posso mostrar a você na Bíblia"? perguntei.
"Seja nosso
guia", responderam em uníssono. Peguei a Bíblia na mesa do café, enquanto
eles se sentavam alegres e triunfantes. "Aqui está", disse.
"Vocês sabem que o lugar mais sagrado mundo era o santuário que guardava a
Arca da Aliança. Ela era tão sagrada que nenhum outro senão o sumo sacerdote
podia toca-la. Ela continha as tábuas dos mandamentos. Em Ex 25,8 Deus diz:
?devem fazer um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles?. Agora, notem
que Deus não disse que o santuário deveria ser para simboliza-lo, mas pêra Ele
próprio. Ali Ele habitaria, no meio do povo. Agora, os versos 10 a 16 nos falam
sobre a Arca da Aliança. Nos vv 17-21 Deus diz: ?Farás também o propiciatório
[uma tampa, um opérculo, para a Arca, no qual o sumo sacerdote aspergirá sangue
na festa reconciliação] de ouro puro... Farás dois querubins de ouro batido nas
duas extremidades do propiciatório, cubram ambos os lados, estendendo as asas e
cobrindo o oráculo, e estejam olhando um para o outro com os rostos voltados
para o propiciatório, na qual porás o testemunho que eu hei de dar."
Esperei um momento,
e conclui: "Claro, poderíamos questionar sobre o estilo atual destas
imagens de querubins, mas o assunto que permanece é que Deus ordenou que eles
fossem esculpidos e colocados na arca."
Meus visitantes TJs
estavam silenciosos, olhando para mim. "Não é incrível", continuei,
indiferente, "que Deus Nosso Senhor se renderia a tantos detalhes para
descrever as imagens que Ele quisesse ter entre os mais sagrados objetos da
terra, a Arca da Aliança?"
"Mas estes
eram apenas um símbolo dos querubins do paraíso, sabia?", disse a dama.
"Não eram querubins reais, ou ídolos para ser adorados".
"Claro que
não!", respondi, enfaticamente. "Eram imagens de querubins, o que é
precisamente o que a Igreja Católica ensina" Não são ídolos, de outro modo
Deus estaria se contradizendo, condenando e ordenando a mesma coisa. O
propiciatório e as imagens dos querubins representavam o trono de Deus no céu,
de onde Ele governa o universo.
"Além disso,
no v. 22 do mesmo capítulo do Êxodo, falando sobre o propiciatório com suas
duas imagens de querubim, Deus diz: ?De lá te darei as minhas ordens, em cima
do propiciatório e do meio dos dois querubins, que estão sobre a arca do
testemunho, e te darei todas as coisas que por meio de ti intimarei aos filhos
de Israel?".
Meus visitantes
estavam meio abalados. "Como vocês vêem", conclui, "Era entre
duas imagens que Deus falava a seu povo. Certamente Deus não ordenaria a Moisés
esculpir ídolos na Arca da Aliança, porque idolatria era - e é - uma abominação
aos olhos do Senhor".
Deixei alguns
segundos se passarem, e toquei a trombeta para uma outra batalha: "Quando
Salomão construiu o templo, foi para cumprir uma ordem de Deus para construir
uma morada para Ele, Deus, representada pela Arca. Vejam em Rs 7 (ou 1 Samuel
na sua Bíblia). O profeta Natan diz: ?Diz o Senhor: Edifique uma morada para
que eu possa habitar? - note como Deus não diz uma casa para a Arca habitar,
mas uma morada para Ele mesmo. Ele estava presente onde a Arca estava, e com as
famosas imagens"
"Não havia
idolatria no templo, Jeová abomina idolatria", disse o rapaz, tentando
achar um ponto essencial.
"Perfeitamente",
respondi. Estava surpreendido o quanto concordava com meus amigos TJs.
"Quando Salomão terminou o templo o livro dos reis diz (1 Rs 6,22-35),
?Nada havia no templo que não estivesse coberto de ouro, também cobriu de orou
o altar do oráculo?, mas agora vem a maravilha. ?Pôs no oráculo dois querubins
feitos de madeira de oliveira, de dez côvados de altura... Pôs os querubins no
meio do templo interior. Tinham as suas asas estendidas, de sorte que uma asa
tocava a parede, e a asa do outro querubim tocava na outra parede; e as asas
juntavam-se no meio do templo. Cobriu também de ouro os querubins?".
Meus visitantes
seguravam seus fôlegos. Continuei: "Vocês sabem o tamanho daqueles
querubins? Os do propiciatório eram comparativamente pequenos, como as imagens
dos católicos em suas casas, mas aquelas duas gigantes mediriam hoje 10 cúbitos
(1 cúbito = 50 cm) de altura, o que seriam cerca de 5 metros de altura! Agora,
é uma grande imagem, se me perguntarem! São maiores que as da Basílica de São
Pedro no Vaticano...!"
Não dei trégua aos
meus visitantes: "Mas não haviam somente imagens de querubins que ?Jeová?
ordenou que fossem esculpidas para o Santo dos Santos: Também haviam esculturas
nas paredes, assim como vocês vêem nas Igrejas católicas e nos monumentos. Aqui
está, o mesmo capítulo, versos 29 a 35: ?Fez adornar todas as paredes do templo
em roda com várias molduras e relevos, figurando nelas querubins, palmas, e
diversas figuras...?. Os mesmos querubins e palmas foram esculpidas nas portas
do oráculo, que foram revestidos de ouro, e na entrada dos pilares do Templo:
todas as imagens foram revestidas de ouro. Mesmo o famoso véu do templo tinha
querubins desenhados nele, como vocês podem ler em 2 Cr 3,7."
Tomei um pouco de
ar e disparei: "Agora eu pergunto para vocês: Deus contradisse a si mesmo
quando condenou a escultura de ídolos e logo depois ordenou a escultura de
imagens colocadas no lugar mais sagrado do mundo, que Ele mesmo escolheu para
habitar? Ou Ele sabia muito bem a diferença entre ÍDOLOS para adoração e
IMAGENS para veneração?"
Meus visitantes
tinham de dizer alguma coisa. O rapaz gaguejou: "Mas estas decorações
foram idéia de Salomão, não de Jeová..." disse, meio que convencido.
"Nem
tanto!" disse a ele. "As decorações seguem o rumo que Deus deu a
Moisés para a Arca da Aliança e a Salomão para as imagens gigantes de querubins
no Santo dos Santos. Além disso, Deus mesmo consagrou o templo e habitou nele,
no dia da Dedicação. Você pode ver tudo isso no livro dos Reis. Vou ler somente
alguns versos para vocês (eles não gostam muito quando católicos lêem a Bíblia
para eles, mas eles não tinham escolha)".
"Sim, a
dedicação do templo, vamos lá: ?Os sacerdotes trouxeram a Arca da Aliança do
Senhor para este lugar, no oráculo do templo, para dentro do Santo dos Santos
sob as asas dos querubins... Quando os sacerdotes saíram do santuário, uma
nuvem encheu a casa do Senhor, e os sacerdotes não podiam mais ministrar por
causa da nuvem: PORQUE A GLÓRIA DE DEUS TINHA ENCHIDO A CASA DO SENHOR?".
"Vocês podem
imaginar?", comentei. "A glória do Senhor encheu uma morada repleta
de imagens!".
Meus visitantes ficaram
pensando. E pensar é uma coisa muito boa para fazer: "Incrível, não é? A
glória de Deus descendo sobre uma multidão de imagens, todas revestidas de
ouro! Lembrem-se que o bezerro de ouro que os hebreus fizeram na no Monte Sinai
também era revestido de ouro: isto foi condenado por Deus porque foi usado com
o propósito de adoração como a um deus, mas não os querubins de ouro do
santuário. Deus quis que eles fossem esculpidos para serem uma representação de
Seu Trono no céu, tanto os querubins quanto os serafins
O bezerro era um
ídolo, e devia ser destruído. Os querubins eram imagens, ordenadas por Deus
para serem esculpidas, e glorificadas por sua própria presença. Esta é a
diferença. Na Bíblia você pode ler que no livro da Sabedoria, 14,12-29, as
grandes condenações à idolatria."
Neste momento minha
esposa entrou na sala carregando uma bandeja: café, chá, biscoitos, e água
gelada (o verão na Austrália é muito quente). Assim que colocou os itens na
mesa, pegou o fim da minha leitura e sabia exatamente de onde eu estava vindo.
Antes de sair ela lançou um pequeno desafio aos TJs, para ver se eles
tombariam. E eles tombaram. Ela disse: "Deus ordenou que imagens fossem
esculpidas somente na Arca e no Santo dos Santos, certo? Com certeza não há em
nenhum lugar na Bíblia onde as imagens representem alguma coisa santa? Mas Deus
ordenou a Moisés que fizesse uma imagem de uma serpente e colocasse em uma
vara. E, milagrosamente, aquele que fosse mordido por uma serpente seria curado
pelo simples olhar para a serpente de bronze"
Minha esposa ainda
completou: "Milagres ocorreram através de uma imagem! Incrível como Deus
pode confundir Seus inimigos..."
Tive, então, de
completar o assunto sobre a serpente: "Agora, o bonito é que os hebreus
eram tão curvados à idolatria que começaram a adorar a serpente como a um deus.
O resultado, o Rei Ezequias teve de destruí-la. Vejam em 2 Rs 18,4. Trabalho
bem feito! Vamos examinar isto: enquanto eles a usaram como uma imagem
milagrosa por onde Deus curava as pessoas estava tudo bem. Deus concedia cura
através dela. Mas quando eles começaram a adorar a imagem como um deus, quando
começaram a queimar incenso a ela como um sinal de adoração, ela tinha de ser
destruída. Não porque era um imagem de escultura, mas por causa do mal uso que
fizeram dela. O princípio permanece: o abuso não destrói o uso."
"Mas, mas...
estas coisas aconteceram somente nos dias das Escrituras dos hebreus,
sabia?", disse a moça TJ. "Estamos vivendo agora no tempo comum, e as
escrituras cristãs gregas nos libertaram dos preceitos da lei antiga, sabia?
Jesus aboliu tudo e recomeçou uma nova".
"É só
isso?", eu perguntei. "Então, em sua opinião, Jesus veio para
destruir, não para cumprir; para abolir, não para trazer a perfeição; para
encobrir,não para fazer as profecias do Antigo Testamento tornarem-se realidade
no Novo. Não, meus amigos, Jesus deixou muito claro no sermão da montanha que
Ele ?não veio para destruir, mas para cumprir?. Ele também disse que o povo não
devia crer que Ele veio ?destruir a lei e os profetas?. Isto está em Mt 5,17. o
que os hebreus possuíam apenas em figura, nós temos em realidade. Mas não
preste atenção só em mim: veja as palavras de Jesus quando Ele diz ?assim como
Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve o Filho do Homem ser erguido,
e todos que nele acreditarem não cairão, mas terão a vida eterna? (Jo 3,16).
Meus visitantes
provavelmente não tinham percebido ainda que a serpente de bronze era um
prefiguração de Jesus na cruz para trazer cura espiritual e vida eterna para
aqueles que olharem para Ele com os olhos da fé. "Mas", iniciou o
rapaz, "isto é muito interessante para os pontos de vista arqueológicos,
claro, mas os cristãos primitivos não se reuniam em volta de uma serpente para
veneração, sabia?"
"Seu sarcasmos
não adiantou muito", respondi. "Você entendeu perfeitamente bem que a
serpente era um símbolo no Antigo Testamento - veja Adão e Eva - e Jesus tomou
nossos pecados sobre Ele para nos reconciliar com Deus. As serpentes fizeram as
pessoas sofrerem e morrerem, assim como os pecados nos fazem sofrer e morrer
eternamente.. os hebreus foram curados fazendo a vontade de Deus assim como foi
dito a Moisés, o representante de Deus na terra: olhando para a serpente em uma
vara, após terem pedido o perdão de Deus por Moisés. Quando nos arrependemos,
somos curados dos nossos pecados por fazer a vontade de Deus como nos foi dito
pela Igreja, a representante de Deus na terra: olhando com os olhos espirituais
para Jesus na cruz, e pedindo a misericórdia de Deus através de seus sacerdotes,
a quem Deus deu o poder de perdoar pecados. Jo 20,23".
"Mas foi a
igreja católica quem inventou a confissão dos pecados por um padre,
sabia?", disse a jovem moça TJ. "Por favor, não mude de
assunto", respondi. "Fiz uma alusão à confissão somente para mostrar
a realidade da crucificação de Jesus e a cura do povo no Novo Testamento sendo
prefigurados pela serpente de bronze em um vara curando as pessoas no Antigo
Testamento. Se vocês não podem ver isto, realmente me preocupo com vocês".
"Não há
nenhuma menção na Bíblia de que os primeiros cristãos dos tempos
pré-constantinianos se preocupavam com pinturas, imagens ou outras ?obras de
arte?".
"Se você
conhecesse a história dos primeiros cristãos, saberia que as catacumbas
primitivas até hoje ainda possuem pinturas representando Jesus como o bom
pastor, pão e peixe, a Arca de Noé e muitas outras representações. Se for à
Roma, poderá vê-las se quiser. Um imenso número deles são da era
pré-constantiniana. Você pode dizer que os primeiros cristãos não desenvolveram
a arte de esculpir imagens ou pinturas religiosas nesta época: ora, eles eram
perseguidos até a morte, e quando se é perseguido até a morte creio que não
sobra muito tempo para desenvolver habilidades artísticas, você teria?".
Não achei que meus
visitantes estavam entendendo o que estava falando. Eles pareciam interessados
em mudar o assunto para a Confissão. Mas eu não estava interessado em começar
uma nova discussão. Quando nos dirigíamos em direção à porta, minha esposa
disse a eles, "não é interessante São Paulo dizer que Jesus é a imagem de
Deus? Ele geralmente usa a palavra ?ícone? para dizer ?imagem?. Veja na carta
aos Hebreus 1,3".
Como eles não
comentaram, ela continuou: "E vocês sabiam qual foi o primeiro artista que
produziu a primeira imagem, para ser respeitada e amada, ser cuidada e honrada,
certamente, mas não para ser adorada como deus?" Nossos amigos subitamente
pararam, cheios de curiosidade. "Quem foi este?", disse o jovem.
"Com certeza Jeová não gostaria de uma imagem de si mesmo. Quem
foi?".
"Você disse
agora mesmo!", respondeu minha esposa dando seu sorriso costumeiro.
"Foi Deus mesmo o grande artista da primeira imagem de si mesmo - e não
estou falando de Jesus..."
quando nossos
visitantes chegaram à porta, ela concluiu: "Leiam em Gênesis 1,26-27: Deus
disse, ?façamos o homem à nossa imagem e semelhança... Deus criou o homem em
sua imagem. Na imagem de Deus foram criados os homens. Homem e mulher os criou?".
Agora eu tinha certeza que os TJs não tinham prestado atenção a isso.
"Sim, meus amigos", continuou, "em linguagem Bíblica, o
casamento cristão é a primeira e maior imagem de Deus na terra - e Deus mesmo
fez esta imagem, este ícone, esta representação dele mesmo, não para ser
adorada, mas para ser amada, respeitada, honrada. Tenham um bom dia, e venham
novamente!".
Quando fechamos a
porta, desejamos que nossos visitantes pensassem sobre as passagens Bíblicas e
nos argumentos que demos para que considerassem.
Os cristãos devem
perceber que a veneração dos ícones, e depois das imagens, tem sido uma
tradição cristã desde das épocas das catacumbas. A primeira vez que uma
oposição ocorreu contra seu uso foi no século 8 pelo imperador Bizantino Leão,
o Isáurico. Influenciado pelo islamismo e pelo maniqueísmo, foi o grande
promotor da heresia conhecida como iconoclasmo. Esta heresia foi condenada no
2º Concílio de Nicéia em 787 d.C. e não retornarama te a revolta de Lutero em
1517. é interessante notar que nas igrejas ortodoxas, que quebraram a unidade
com Roma séculos antes de Lutero, mantiveram a tradição do uso dos ícones na
liturgia e nas devoções de maneira intacta até hoje.
Comentem amados!
ResponderExcluirBastante esclarecedor!
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