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sábado, 6 de novembro de 2010

Calvinismo

O reformador João Calvino, que poucos conhecem

JOHN LENNON J. DA SILVA  
João Calvino é tido como um dos mais renomados teólogos da Reforma fundou uma das suas vertentes o Calvinismo, é respeitado por alguns e outros na Europa ainda continuam a observar suas obras, contudo há alguns fatos de sua vida e posicionamentos que não são conhecidos por muitos crentes como a perseguição que o mesmo desencadeou contra católicos quando prefeito de Genebra sendo um verdadeiro “inquisidor protestante” na Suíça. Levando muitos a morte por não aceitarem suas doutrinas, como já antes tinham promovido os luteranos contra os católicos na Alemanha perseguindo e matando a muitos católicos, iremos retratar abaixo a condenação de Miguel Servet, que fora levado a fogueira a mando e orientação de Calvino em 1553.

Antes de tudo vamos trazer o perfil de Miguel Servet, supliciado por João Calvino, cujo “martírio” discutiremos abaixo com fontes protestantes, nasceu em Villanueva de Sigena, Espanha, em 29 de Setembro de 1511, durante sua vida atuou como médico, tendo sido formado em Paris, também filósofo e humanista, produziu o que podemos dizer de sua própria teologia sob o que havia recebido em Louvain quando estudará, dizia entre outras coisas, como a exemplo dos cátaros e os valdenses no passado que a Igreja havia se corrompido e que o Cristianismo deveria reabilitar sua “pureza” negou vários dogmas da Igreja na época, tendo como o principal dos dogmas que não concordava e até escreveu contra, o Dogma da Santíssima Trindade cujo o mesmo contestava e não acreditava, suas posições alertaram muitos clérigos da França, levantando muita polêmica entre os próprios protestantes.

Em 27 de outubro de 1553, João Calvino, o fundador do Calvinismo um dos lideres da reforma protestante no fim do séc. XVI apoiou e chefiou a condenação do herege Miguel Servet, o médico, acabou sendo queimado em uma estaca nas redondezas de Genebra por suas heresias doutrinárias, no entanto, o precursor da predestinação da alma, esteve totalmente envolvido com a morte desse herege. Sabemos também que matou muitos outros, assim como numerosos católicos por não professarem sua fé quando prefeito de Genebra, muitos acreditam que a morte deste médico espanhol já havia sido planejada a muito tempo antes de Servet ser capturado pelos seus irmãos em Genebra, Calvino tinha escrito a seu amigo Farel, em 13 de fevereiro de 1546 (sete anos antes de Servet ser preso) e foi arquivado como dizendo:

“Se ele [Servet] vier [à Genebra], eu nunca o deixarei escapar vivo se a minha autoridade tiver peso.” (Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (Baker Book House, 1950), p. 371.)

Evidentemente, naqueles dias a autoridade de Calvino em Genebra, Suíça, tinha “peso” absoluto era inquestionável. Durante o julgamento de Servet, Calvino escreveu:

“Eu espero que o veredicto seja pena de morte.” ( Walter Nigg, The Heretics (Alfred A. Knopf, Inc., 1962), p. 328.)

Para ressaltar este cenário vale salientar que antes desta condenação em Genebra, Servet tinha enfrentado julgamento da Inquisição Francesa, cujo fugira antes de se concretizar todo o processo, sendo condenado por heresia, após isto resolveu viajar para a Itália, Servet inexplicavelmente parou em Genebra pelo caminho, onde foi denunciado por Calvino e os Reformadores. Ele foi pego um dia depois de sua chegada, condenado como herético quando se recusou a se retratar acabou sendo queimado em 1553 com a “aparente tácita aprovação de Calvino.”(Who’s Who in Church History (Fleming H. Revell Company, 1969), p. 252.).

“No curso de sua fuga para Viena, Servet parou em Genebra e cometeu o erro de assistir um sermão de Calvino. Ele foi reconhecido e preso depois do culto.” (The Heretics, p. 326-329).

“Calvino teve ele [Servet] preso como herético. Condenado e queimado até a morte.” (The Wycliffe Biographical Dictionary of the Church, p. 366.).

Entre o período em que Servet foi preso em 14 de agosto até sua condenação, Servet passou os seus dias restantes:

“[…] em um atroz calabouço, sem luz ou aquecimento, pouca comida e sem facilidades sanitárias.” ( John F. Fulton, Michael Servetus Humanist and Martyr (Herbert Reichner, 1953), p. 35.).

Seja observado que os Calvinistas de Genebra colocaram madeiras semiverdes em torno dos pés de Servet e uma coroa de enxofre em sua cabeça. Levou em torno de trinta minutos até que sua agonia terminasse em tal fogo, com o povo de Genebra em pé em volta para assistir ele sofrendo e morrendo lentamente! Logo antes disso acontecer, os arquivos mostram:

“Farel caminhou ao lado do homem condenado e manteve uma constante enxurrada de palavras, em completa insensibilidade ao que Servet pudesse estar sentindo. Tudo que ele tinha em mente era extorquir do prisioneiro um reconhecimento de seu erro teológico – um chocante exemplo de uma desalmada cura de almas. Depois de alguns minutos disso, Servet cessou de responder e orou silenciosamente para si mesmo. Quando eles chegaram ao local de execução, Farel anunciou a multidão que assistia: ‘Aqui você vê o poder que Satanás possui quando ele tem um homem em seu poder. Este homem é um distinto estudioso e ele, no entanto acreditava que estava agindo corretamente. Mas agora Satanás o possui completamente, como ele poderia possuir você, cairia então você em suas armadilhas. Quando o executor começou o seu trabalho, Servet sussurrou com voz trêmula: ‘Oh Deus, Oh Deus!’ O opositor Farel vociferou para ele: ‘Você não tem nada mais a dizer?’ Neste momento Servet respondeu para ele: ‘O que mais eu posso fazer, mas falar com Deus!’ Logo após isso, ele foi suspenso até a fogueira e amarrado às estacas. Uma coroa com enxofre foi colocada em sua cabeça. Quando as fagulhas foram acesas, um lancinante grito de horror brotou dele. ‘Misericórdia, misericórdia!’ ele clamou. Por mais de meia hora a horrível agonia continuou, porque a fogueira havia sido feita com madeira semiverde, que queima lentamente. ‘Jesus, Filho do eterno Deus, tenha misericórdia de mim,’ o homem atormentado clamava do meio das chamas[...]” ( The Heretics, p. 326-329.).

 “Calvino havia então matado seu inimigo e não há nada que sugira que ele jamais tenha se arrependido deste crime. No ano seguinte ele publicou a defesa na qual mais insultos foram acrescentados a seu antigo adversário num linguajar dos mais vingativos e severos.”( Michael Servetus Humanist and Martyr, p. 36.).

Calvino teve muitas razões para executar Servet, a principal dela era a econômica, pois:

“Como um ‘herege obstinado’ ele teve suas propriedades confiscadas sem dificuldades. Ele foi maltratado na prisão. É compreensível, portanto, que Servet tenha sido rude e insultante em sua confrontação com Calvino. Infelizmente para ele naquele momento Calvino estava lutando para manter o seu poder decadente em Genebra [...]” ( The Heretics, p. 326-329.)

Podemos verificar que durante este período aconteceram muitas coisas que não chegam a nossos ouvidos, consequência de uma historiografia deficientemente apoiada em um espírito anticatólico não só nestes aspectos em outros também, quando trata-se do envolvimento da Igreja com seus filhos ocidentais, é aparente a crítica ferrenha tributada a Igreja católica, tanto em situações experimentadas anteriormente pela Inquisição ou depois com o Tribunal do Santo Ofício, fato é que na história que aprendemos e é veiculada os agentes protestantes, são amenizados e passam como os heróis ou “mártires”destes tempos “corruptos” e obscuros. Quando nos deparamos com narrações e acontecimentos como o caso tratado no texto, provindos do período da Reforma Protestante, percebemos a analise amenizadora que é tributada aos Reformadores. Como elucidará abaixo a citação:

“O procedimento contra Servet serviu como modelo de um julgamento protestante herético... não se diferenciou em nenhum sentido dos métodos da Inquisição medieval... A Reforma vitoriosa, também, não foi capaz de resistir à tentação do poder.” (Ibidem, p. 326-329).

Referencias:

AGUIAR Robson. O espinho na carne de João Calvino. Disponível em: http://pastorrobsonaguiar.nireblog.com/post/2009/08/08/o-espinho-na-carne-de-joao-calvino Acesso em: 18 agosto 2010

WIKIPEDIA. Miguel Servet. [enciclopédia livre] Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Servet Acesso em: 18 agosto 2010.

CORNER, Dan. As Cinzas Dele Clamam contra João Calvino. 1 junho 2007. Disponível em: http://arminianismo.com/ Acesso em: 18 agosto 2010.

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Reflexões sobre pensamento calvinista, a vontade e a graça

RUI MACHADO

Por que a negação da metafísica leva os protestantes calvinistas a verem o mal como um "ser"?

A privação é um ser de razão. Quando pensamos num homem a quem falta um braço, por exemplo, o nosso espírito distingue duas noções: a do homem completo, com ambos os braços, e a da privação do braço que lhe falta. Logo se vê que a segunda não pode corresponder a nada de real, senão conjugada com a primeira. Ora sendo a privação parcial de um bem, o mal é um ser de razão. Logo, não pode ser causado por Deus.

Querer fazer de Deus a causa do mal é como atribuir ao Sol a existência das sombras. Do Sol vem a luz, mas um obstáculo interpõe-se e produz a sombra. Ora, a sombra não existiria se não houvesse luz; apagar-se-ia na escuridão geral. No entanto, ninguém dirá que é do Sol que vem a sombra, posto que é justamente o efeito contrário: a sombra aqui produzida é justamente uma privação parcial da luz solar.

Do exemplo citado, podemos concluir que o mal ocorre quando há a frustração de uma causa ocasionada pelo efeito de outra. Resulta de uma causa ser frustrada do seu efeito por com ela concorrer acidentalmente outra causa ou outras causas. Veja-se esse exemplo: Um homem, por gula, come do que lhe faz mal, e arruína a saúde. Não há na sua natureza nenhuma faculdade cujo fim seja esse. Há a vontade, que lhe foi dada como motor para executar livremente o que a inteligência lhe mostrasse ser seu dever; e há o instinto que o leva a procurar alimento, em subordinação à vontade, guiada pela razão. Se a vontade cedeu ao instinto, foi por ele frustrada em sua missão. O mal resultou, portanto, de faculdades cuja finalidade é o bem. Desta maneira, o mal não tem causa, isto é, causa destinada a produzi-lo, na natureza que Deus criou. Ele não tem causa eficiente, e sim causa deficiente. Existe num bem como no seu sujeito, quando algum outro bem se interpôs no caminho desse.

Deus não conhece o mal, porque o objeto do conhecimento divino é o próprio Deus. O objeto da inteligência divina é o próprio Deus. Realmente; a nossa inteligência está para o objeto que conhece na relação da potência para o ato. É capaz de conhecer o objeto; é, em potência, o objeto, visto que no conhecimento se identifica com ele. Ora em Deus não há potência; é ato puro. Por isso, a sua inteligência não pode ter um objeto distinto de si, perante o qual faria o papel de potência. Tem-se a si mesmo por objeto. Deus é o seu ato de intelecção; ou, como diz S. Tomás na Suma, "conhece-se a si mesmo por si mesmo".

Mas Deus não conhece todas as coisas? Sim, conhece-as em Si mesmo, conhece-as na Sua vontade, porque, conhecendo-se, conhece o mundo. Deus conhece tudo no ato simples em que se conhece a si mesmo, exaustivamente. O conhecimento que Deus tem delas em si mesmo é exaustivo, porque elas recebem de Deus tudo quanto são, tudo quanto têm. Deus conhece-as no mais íntimo do seu ser, visto que lhes conhece o ser na fonte, na nascente. E por que Deus conhece as coisas no seu ser, Deus conhece o bem criado e sabe que é limitado. Deus conhece o bem e os seus limites.

A postura dos calvinistas, de que Deus pode ordenar pecados da mesma forma como ordena o bem chama-se voluntarismo. O erro voluntarista foi assumido por Lutero; é de que Deus poderia fazer do mal um bem, caso escolhesse esse mal como se fosse um bem.

O bem é uma noção transcendental, idêntica ao ser. Mas, tanto quanto é certa a distância que separa o finito do infinito, assim nenhum bem finito pode igualar-se ao infinito. A perfeição de Deus exige que Ele seja único. Desta forma temos que, distinto de si, Deus não pode querer senão o imperfeito. É claro que Deus poderia criar um mundo mais perfeito do que este que criou, como poderia tê-lo criado mais imperfeito, todavia, onde quer que Deus traçasse o limite da perfeição do Mundo, este estaria sempre infinitamente afastado da perfeição total. É absolutamente indiferente, portanto, a quantidade de perfeições que Deus quis dar ao Mundo, como é indiferente a posição dum ponto que se marca sobre uma reta em que não há nenhuma referência.

A vontade de Deus é livre? Sem dúvida nenhuma. Uma vontade diz-se livre quando não é determinada por nenhuma causa exterior na escolha dos seus meios; e Deus não pode ser determinado por ninguém. Pode objetar-se com a imutabilidade divina, que parece tornar necessário que Deus queira tudo quanto quer. De fato, o fim da vontade divina, por ser o próprio Deus, é necessário, duma necessidade intrínseca, que é a de Deus; mas os meios que escolhe não o são, falando em absoluto. Deus não pode querer o mal, porque Deus quer o perfeito, visto que se quer a si mesmo; o objeto da sua vontade, é a sua própria essência. Distinto de si, não pode querer senão o imperfeito, sob pena de contradição, visto que a perfeição de Deus exige que ele seja único.

E "reprovação incondicional e negativa" contrasta como com predestinação incondicionada à glória?

Por que ocorre a reprovação?

A vontade de Deus é de que todos os homens se salvem. Isso é um bem. Deus quer esse bem com sua vontade antecedente. Só que há certos bens que Deus quer que se realizem de imediato, como no exemplo dado por Garrigou-Lagrange: a salvação deste homem, Pedro. Esse é o bem realizado hic et nunc, "aqui e agora", e o deseja com sua vontade conseqüente. Se Deus não deseja a salvação de alguém hic et nunc, não significa que esse bem não é desejável em si mesmo, mas que não faz parte da ordem providencial, e, mesmo que seja bom que tal homem seja salvo, este obstinar-se-á no mal até a sua morte. Perceba-se que isto é totalmente conciliável com o fato de que perdeu-se por conta de seus próprios atos.

Com respeito ao concurso divino, a posição tomista, ou pelo menos a que parece mais concordante com os difíceis textos que Santo Tomás escreveu sobre o tema, era defendida, na época de Molina, pelos dominicanos, consistindo essencialmente na tese da praemotio physica (premoção física). A questão a determinar era a de saber como era possível que Deus movesse a vontade do homem sem que esta fosse coagida cabendo a Deus a responsabilidade. Santo Tomás entendia, a este respeito, que a vontade só ficaria coagida se fosse movida contra a sua inclinação própria, o que não sucede dado que Deus, como motor da vontade, é o mesmo que lhe deu a sua inclinação para o bem. Em todo o caso, a vontade só poderá ser movida "eficazmente" por Deus. Quanto ao modo como Deus intervém, a doutrina da praemotio physica defendia que a intervenção de Deus era anterior à ação, sendo essa intervenção que proporcionava ao sujeito a capacidade para atuar.

De acordo com o molinismo, a predestinação é tão gratuita quanto no tomismo, posto que, pela ciência média, Molina pretendia salvaguardar a liberdade de escolha humana, contra a doutrina da premotio physica, mas não salvaguardava a mesma liberalidade de Deus com todos. Isto porque, pela ciência média, Deus "via" antecipadamente como cada homem reagiria ante a graça nas mais variadas circunstâncias da vida, e, sabedor antecipado de como seria cada uma das decisões do homem, Deus livremente escolhia alguns que ele decidia salvar. Ora, Deus os colocava em tais e tais circunstâncias que Ele sabia que eles acolheriam a graça, e, assim, salvaguardar-se-ia a liberdade humana, pois, se tais indivíduos fossem postos, por sua vez, em outras condições, mesmos estes rejeitariam a graça. Mas por que Deus não pôs a todos em condições que permitissem que todos acolhessem a graça? Assim, a predestinação no molinismo tornava-se soberana e gratuita, ainda que se tivesse por motivo, segundo Molina, salvar a liberdade humana.

Todas as questões aqui desenvolvidas foram tratadas por Santo Tomás na Suma Teológica, sobre a vontade de Deus (Iª, q. 19), inclusive mostrando como não pode haver, em Deus, vontade para o mal (a. 9). Santo Tomás demonstra também que Deus atualiza nossa liberdade pela soberana eficácia de sua vontade, fá-la florescer e frutificar, e portanto não a destrói. Deus sustenta, fortiter et suaviter, a vontade livre dos mártires durante seus tormentos (a. 8).

Estes princípios são, em seguida, aplicados por Santo Tomás à Providência universal (Iª, q. 22), que se estende a todas as coisas, inclusive nossos atos livres (a. 2).
Fonte: Veritatis Splendor


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