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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Crismandos 2010

0 → C O M E N T Á R I O S
Com a força do Espírito Santo de Deus em Jesus somos impulsionados a seguir em frente com a nossa missão!


Momentos de Oração e confraternização!








sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Origem da Igreja e do Papado

0 → C O M E N T Á R I O S
Há quem diga que o título de Católica só foi atribuído à Igreja pelo Concílio de Constantinopla I em 381 por decreto do Imperador Teodósio - alegação esta desmentida pelo fato mesmo de que já S. Inácio de Antioquia, nos primeiros anos do século II, falava de Igreja Católica. Quanto ao termo Papa, só foi aplicado ao Bispo de Roma no século V de maneira enfática; todavia a função de Pedro como chefe do colégio apostólico já está delineada nos escritos do Novo Testamento; no caso, o que importa não é o nome, mas o exercício da função. O seguinte artigo de um jornal deixou vários leitores confusos. Daí então, vamos as respostas.

A Origem do Vaticano e do Papa

A Igreja recebeu o nome de "católica" somente no ano 381, no Concílio "Conctos Populos" dirigido pelo imperador romano Teodósio. Devido às alterações que fez, deixou de ser apostólica e não sabemos como pode ser romana e universal ao mesmo tempo. (Hist. Ecles., I pg. 47, Riva ux). Até o século V não houve "papa" como conhecemos hoje. Esse tratamento de ternura começou a ser aplicado a todos os bispos a partir do ano 304. (Cônego Salin, Ciência e Religião. Tom. 2 pg. 56).
O texto em foco contém várias imprecisões (para não dizer vários erros), como se evidenciará nas linhas seguintes.

1. Igreja Católica: desde quando?

A expressão "Igreja Católica" não tem origem no fim do século IV, mas encontra-se sob a pena de S. Inácio, Bispo de Antioquia (+107 aproximadamente), que nos primeiros anos do século II escrevia: "Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica" (Aos Esmirnenses 8,2).
A expressão "católica" parece designar, em primeira instância, a universalidade da Igreja (ela está em toda parte, e não somente nesta ou naquela comunidade). Todavia os intérpretes do texto julgam que algo mais está dito aí: S. Inácio terá tido em vista a Igreja autêntica, verdadeira, perfeita. Desde fins do século II se torna freqüente o sentido de universal, sem, porém, excluir o de autêntica, isto é, portadora de todos os meios de salvação instituídos por Cristo. Esta segunda acepção se tornava necessária pelo fato de haver correntes ou "igrejinhas" heréticas, separadas da Igreja grande, nos primeiros séculos (como até hoje as há).
O sentido de "autêntica" atribuído ao adjetivo "católica" encontra-se regularmente nos escritos dos primeiros séculos. A partir do século III, pode-se dizer que "católica" significa a verdadeira Igreja, esparsa pelo mundo ou também alguma comunidade local que esteja em comunhão com a Grande Igreja. Quanto à origem da palavra "católico", é preciso procurá-la no grego profano. Com efeito; para Aristóteles (+322 a.C.), "kath'holon" significa "segundo o conjunto, em geral"; o vocábulo é aplicado às proposições universais. O filósofo estóico Zenon (+262 a.C.) escreveu um tratado sobre os universais intitulado "katholiká"; são católicos os princípios universais. Políbio (+128 a.C.) falou da história universal em comum, dizendo-a "Tès katholikès kal koinès Historias". Para o judeu Filon de Alexandria (+44 d.C), "katholikós" significa "geral", em oposição a "particular"; os deuses astrais da Síria eram ditos "katholikoí". Tal vocábulo é, pela primeira vez (como dito), aplicado à Igreja por S. Inácio de Antioquia (+107 aproximadamente).

2. Que houve então em 381?

Em 381 realizou-se o Concílio Geral de Constantinopla, que repetiu a fórmula Igreja Católica, professando: "Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica". O Concílio nada inovou; apenas reiterou a fórmula antiga. Põe-se então a pergunta: que dizer do mencionado decreto do Imperador Teodósio? Impõe-se notar logo que o decreto data de 380, e não de 381. Com efeito; sob Teodósio I (379-95), que reinou no Oriente do Império Romano, registraram-se acontecimentos importantes.
Aos 28/02/380, o Imperador assinou um decreto que tornava oficial a fé católica "transmitida aos romanos pelo apóstolo Pedro, professada pelo Pontífice Dâmaso e pelo Bispo de Alexandria, ou seja, o reconhecimento da Santa Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Com estas palavras, Teodósio abraçava, para si e para o Império, o Credo que, proveniente dos Apóstolos, era professado então pelo Papa Dâmaso (366-84) e pelo Bispo S. Atanásio de Alexandria, grande defensor da fé ortodoxa na controvérsia contra os arianos. Assim o Cristianismo, que Constantino I tornara lícito em 313, era feito religião oficial do Império Romano. "Não sabemos como a Igreja pode ser romana e universal".
- O título "romana" não implica nacionalismo nem particularismo. É apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Na verdade, a Igreja, atuando neste mundo, precisa de ter seu endereço ou seu referencial postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Por conseguinte a Igreja Católica recebe o título de "Romana" sem prejuízo para a sua catolicidade ou universalidade. De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi dito "Nazareno", porque, convivendo com os homens, precisava de um endereço, que foi a cidade de Nazaré.

3. Apostolicidade

Diz a notícia de jornal: "Devido às alterações que fez, a Igreja deixou de ser apostólica". Em resposta, torna-se oportuno, antes do mais, examinar o que signifique o atributo "apostólica" aplicado à Igreja. Já no Novo Testamento se encontra a noção de que o patrimônio da fé não chega aos fiéis como algo descido do céu diretamente, mas, sim, como algo que parte do Pai, passa por Jesus Cristo, pelos Apóstolos e, finalmente, chega a cada indivíduo no seu respectivo tempo. Assim, por exemplo, Jo 1, 1-3: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida... nós vos anunciamos esta Vida eterna, que estava voltada para o Pai e que vos apareceu". Cf. Jo 17, 7s; 2 0, 21; Mt 28,18-20; Rm 10,13-17; 2Tm 2, 2; Tt 1,5.
Os primeiros escritores da Igreja retomaram e estenderam essa série de comunicações ou missões. Assim lemos em Tertuliano:
"Sem dúvida, é preciso afirmar que as igrejas receberam dos Apóstolos; os Apóstolos receberam de Cristo, e Cristo recebeu de Deus" (De Praescriptione Haereticorum 21, 4). Os antigos davam grande apreço às listas de Bispos que houvessem ocupado uma sede outrora fundada ou governada por um Apóstolo. S. Ireneu de Lião (+202) é o autor de um desses catálogos: "Depois de ter assim fundado e edificado a Igreja, os bem-aventurados Apóstolos transmitiram a Lino o cargo do episcopado... Anacleto lhe sucede. Depois, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, é a Clemente que cabe o episcopado... A Clemente sucedem Evaristo, Alexandre; em seguida, em sexto lugar a partir dos Apóstolos, é instituído Sixto, depois Telésforo, também glorioso por seu martírio; depois Higino, Pio, Aniceto, Sotero, sucessor de Aniceto; e, agora, Eleutério detém o episcopado em décimo segundo lugar a partir dos Apóstolos" (Contra as Heresias III,2,1s).
Com outras palavras: para os antigos, a Igreja é uma comunidade que teve início com os Apóstolos, mas está destinada a se prolongar até o fim dos tempos, de modo que Ela não é senão o desabrochamento do cerne dos Apóstolos. Vejam-se as palavras de Tertuliano (+220 aproximadamente): "Foi primeiramente na Judéia que eles (os Apóstolos escolhidos e enviados por Jesus Cristo) implantaram a fé em Jesus Cristo e estabeleceram comunidades. Depois partiram pelo mundo afora e anunciaram às nações a mesma doutrina e a mesma fé. Em cada cidade fundaram Igrejas, às quais, desde aquele momento, as outras Igrejas emprestam a estaca da fé e a semente da doutrina; aliás, diariamente emprestam-nas, para que se tornem elas mesmas Igrejas. A este título mesmo são consideradas comunidades apostólicas, na medida em que são filhas das Igrejas apostólicas. Cada coisa é necessariamente definida pela sua origem. Eis por que tais comunidades, por mais numerosas e densas que sejam, não são senão a primitiva Igreja apostólica, da qual todas procedem... Assim faz-se uma única tradição de um mesmo Mistério" (De Praescriptione Haereticorum 2, 4-7.9).
A necessidade de distinguir das correntes cismáticas a verdadeira Igreja de Cristo provocou a acentuação e a utilização mais e mais freqüente do predicado da apostolicidade: a Igreja verdadeira vem de Cristo mediante os Apóstolos, ao passo que as correntes heréticas e as seitas não podem reivindicar para si o título de apostólicas. A partir do século XII começaram a aparecer pequenos tratados sobre a Igreja Apostólica frente às seitas dissidentes. Aliás, foram as heresias que provocaram a publicação de tratados explícitos sobre a Igreja.
No século XVI a apologética católica, frente à reforma protestante, explanou largamente a origem apostólica da Igreja Católica. Os teólogos puseram em evidência que aqueles que se afastam da Igreja fundada por Cristo e entregue aos Apóstolos, é que perdem o direito de constituir a Igreja Apostólica. Os reformados têm um fundador humano para cada uma de suas denominações, que pretende recomeçar a história do Cristianismo séculos após a geração dos Apóstolos, portanto sem o clássico caráter de apostolicidade.
Quanto às "alterações" na Igreja, não são mais do que o desabrochar da semente lançada por Cristo. A árvore plenamente desenvolvida é da mesma natureza que a própria semente, e vice-versa. Tal desabrochamento - lógico e necessário - foi acompanhado pelo Espírito Santo prometido por Jesus à Igreja (cf. Jo 14,26; 16,13-15) para que conserve e transmita incólume o depósito da fé. Caso o Senhor não tivesse providenciado essa garantia de fidelidade e autenticidade através dos séculos, teria sido vão o seu sacrifício na Cruz. É, pois, necessário dizer que na Igreja Apostólica (fundada por Cristo e entregue aos Apóstolos) se mantém viva e pura a mensagem apregoada pelo Divino Mestre.

4. Origem do Papado

Lê-se no citado tópico de jornal: "Até o século V não houve Papa como conhecemos hoje" - A resposta a esta afirmação dependerá de como entender a expressão "Papa como conhecemos hoje". Se entendemos que se trata de Papa com uso dos meios de comunicação modernos (televisão, rádio, internet ...) e viagens aéreas, está claro que não houve Papa de tal tipo na Antigüidade. Todavia, se se entende Papa no sentido de chefe visível da Igreja, encontra-se tal figura já nos escritos do Novo Testamento. Com efeito; Pedro aí aparece como aquele a quem Jesus confia as chaves do reino dos céus (cf. Mt 16,17-19) e entrega o pastoreio das suas ovelhas (cf. Lc 22, 31 s; Jo 21,15-17). O aspecto bíblico da questão já foi repetidamente abordado [...]. Sejam acrescentados alguns traços significativos da história da Igreja.
Não se pode esperar encontrar nos primeiros séculos um exercício do Papado (ou das faculdades entregues por Jesus a Pedro e seus sucessores) tão nítido quanto nos séculos posteriores. As dificuldades de comunicação e transporte explicam que as expressões da função papal tenham sido menos freqüentes do que em épocas mais tardias. Como quer que seja, podemos tecer a história do exercício dessas funções nos seguintes termos: A Sé de Roma sempre teve consciência de que lhe tocava, em relação ao conjunto da Igreja, uma tarefa de solicitude, com o direito de intervir onde fosse necessário, para salvaguardar a fé e orientar a disciplina das comunidades. Tratava-se de ajuda, mas também, eventualmente, de intervenção jurídica, necessária para manter a unidade da Igreja. O fundamento dessa função eram os textos do Evangelho que privilegiam Pedro, como também o fato de que Pedro e Paulo haviam consagrado a Sé de Roma com o seu martírio, conferindo a esta uma autoridade singular.
Eis algumas expressões do primado do Bispo de Roma:
No século II houve, entre Ocidentais e Orientais, divergências quanto à data de celebração da Páscoa. Os cristãos da Ásia Menor queriam seguir o calendário judaico, celebrando-a na noite de 14 para 15 de Nisã (daí serem chamados quartordecimanos), independentemente do dia da semana, ao passo que os Ocidentais queriam manter o domingo como dia da Ressurreição de Jesus (portanto, o domingo seguinte a 14 de Nisã Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:
Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros:
16. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me?
Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros:
17. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.);
O Bispo S. Policarpo de Esmirna foi a Roma defender a causa dos Orientais junto ao Papa Aniceto em 154; quase houve cisão da Igreja. S. Ireneu, Bispo de Lião (Gália) interveio, apaziguando os ânimos.
Finalmente o Papa S. Vítor (189-198) exigiu que os fiéis da Ásia Menor observassem o calendário pascal da Igreja de Roma, pois esta remontava aos Apóstolos Pedro e Paulo.
Aliás, S. Ireneu (+202 aproximadamente) dizia a respeito de Roma: "Com tal Igreja, por causa da sua peculiar preeminência, deve estar de acordo toda Igreja, porque nela... foi conservado o que a partir dos Apóstolos é tradição" (Contra as Heresias 3, 2).
Muito significativa é a profissão de fé dos Bispos Máximo, Urbano e outros do Norte da África que aderiram ao cisma de Novaciano, rigorista, mas posteriormente resolveram voltar à comunhão da Igreja sob o Papa S. Cornélio em 251:
"Sabemos que Cornélio é Bispo da Santíssima Igreja Católica, escolhido por Deus todo-poderoso e por Cristo Nosso Senhor. Confessamos o nosso erro... Todavia nosso coração sempre esteve na Igreja; não ignoramos que há um só Deus e Senhor todo-poderoso, também sabemos que Cristo é o Senhor...; há um só Espírito Santo; por isto deve haver um só Bispo à frente da Igreja Católica" (Denzinger-Schõnmetzer, Enchiridion 108 [44]).
O Papa Estevão I (254-257) foi o primeiro a recorrer a Mt 16,16-19, ao afirmar contra os teólogos do Norte da África, que não se deve repetir o Batismo ministrado por hereges, pois não são os homens que batizam, mas é Cristo que batiza.
A partir do século IV, o recurso a Mt 16, 16-19 se torna freqüente. No século V, o Papa Inocêncio I (401-417) interveio na controvérsia movida por Pelágio a respeito da graça; num de seus sermões S. Agostinho respondeu ao fato, dizendo: "Agora que vieram disposições da Sé Apostólica, o litígio está terminado (causa finita est)" (serm. 130, 107).
No Concílio de Calcedônia (451), lida a carta do Papa Leão I, a assembléia exclamou: "Esta é a fé dos Pais, esta é a fé dos Apóstolos. Pedro falou através de Leão".
O Papa Gelásio I declarou entre 493 e 495 que a Sé de Pedro (romana) tinha o direito de julgamento sobre todas as outras sedes episcopais, ao passo que ela mesma não está sujeita a algum julgamento humano. Em 501, o Synodus Palmaris de Roma reafirmou este princípio, que entrou no Código de Direito Canônico:
"Prima sedes a nemine iudicatur, - A sé primacial não pode ser julgada por instância alguma" (cânon 1629). Em suma, quanto mais o estudioso avança no decurso da história da Igreja, mais nitidamente percebe a configuração do primado de Pedro, ocasionada pelas diversas situações que o povo de Deus foi atravessando.

No tocante ao termo "Papa" deve-se dizer que vem do grego "pappas" = "pai". Nos primeiros séculos era título atribuído aos Bispos como expressão de afetuosa veneração, veneração que se depreende dos adjetivos "meu..., nosso..." que acompanham o título. A mesma designação podia ser ocasionalmente atribuída também aos simples presbíteros (pais), como acontecia no Egito do século IV. No Oriente ainda hoje o sacerdote é chamado "papas". No Egito o "papas" por excelência é o Patriarca de Alexandria.
O título de papa é dado ao Bispo de Roma já por Tertuliano (+220 aproximadamente) no seu livro De pudicitia XIII 7, onde se lê: "Benedictus papa". É encontrado também numa inscrição do diácono Severo (296-304) achada nas catacumbas de São Calixto, em que se lê: "iussu p(a)p(ae) sul Marcellini" (="por ordem do Papa ou pai Marcelino").
No fim do século IV a palavra Papa aplicada ao Bispo de Roma começa a exprimir mais do que afetuosa veneração; tende a tornar-se um título específico. Tenha-se em vista a interpelação colocada por S. Ambrósio (+397) numa de suas cartas: "Domino dilectissimo fratri Syriaci papae" (="Ao senhor diletíssimo irmão Siríaco Papa") (epístola 42).
O Sínodo de Toledo (Espanha) em 400 chama Papa (sem mais) o Bispo de Roma. São Vicente de Lerins (falecido antes de 450) cita vários Bispos, mas somente aos Bispos Celestino I e Sixto III atribui o título de Papa.
No século VI o título tornou-se, com raras exceções, privativo dos Bispos de Roma.

Leia também:
Autor: Dom Estêvão Bettencourt
Fonte: Revista "Pergunte e Responderemos"

domingo, 7 de novembro de 2010

Diferença entre Imagem e Ídolo

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Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta” (Hc 2, 19)

A Bíblia reza no livro de Josué: “Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel” (Jos 7, 6).

Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel?

Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma “serpente” de metal (Nm 21,  e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que “olhar” é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua de metal?

Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus nas palavras de S. João, que diz que tal “serpente” era o símbolo do Cristo crucificado: “Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem” (Jo 3, 14).

Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.

A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.

Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus.

E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é a estátua, uma espécie de amuleto mágico…

Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira da estátua (como uma divindade). Logo, não há idolatria possível, visto que esta consiste em adorar um falso deus

Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia…

Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens

O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imanges de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29).

Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!

Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.

Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria. Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o “Bezerro de Ouro” como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.

Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam “semelhantes” a Deus, como afirmou S. Paulo: “já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim“.

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.

As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus. O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.

O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).

O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens contra os iconoclastas, com um vigor admirável.

Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Anglicanos

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No século passado se registrou, na Inglaterra, o chamado "Movimento de Oxford", chefiado por teólogos anglicanos (entre os quais John Newman depois convertido ao catolicismo e feito cardeal). Esses estudiosos se puseram a pesquisar a literatura teológica dos primeiros séculos cio cristianismo ou os Padres da Igreja; mediante esse retorno às fontes, verificaram que a Igreja Católica havia guardado puramente a mensagem de Cristo e das primeiras gerações cristãs. A continuidade desse estudo é muito alvissareira, pois pode preparar o reatamento da comunhão entre o anglicanismo e o catolicismo.

A Comunhão Anglicana ou o anglicanismo teve suas origens no século XVI, época da Reforma Protestante.

Na Inglaterra, o rei Henrique VIII (1509-1547), nos inícios de seu gover no mostrou-se zeloso pela fé cristã tradicional. Em 1524, contra a obra de Lutero sobre O Cativeiro Babilônico, escreveu uma Afirmação dos Sete Sacramentos, que lhe valeu do Papa Leão X o título de "Defensor da Fé" Não obstante, havia de ser arrastado por seus afetos.

Em 1509, Henrique esposou Catarina de Aragão, viúva de seu irmão Artur l)este casamento teve vários filhos, dos quais um só, Maria Tudor, ficou em vida.Com o tempo, Henrique se apaixonou por uma cortesã, Ana de Boleyn. Por isso, procurou dissolver O seu casamento com Catarina, ale gando que fora nulo, porque os nubentes eram cunhados em primeiro grau. Tal pretexto era falso, porque o Papa Júlio II dera a Henrique explícita dispensa para se casar com Catarina; ademais somente, após 18 anos de vida conjugal Henrique trazia à tona esse "impedimento". A corte real favorecia os anseios do rei. A rainha Catarina apelava para a Santa Sé, pedindo justiça. O Papa Clemente VIl resolveu entregar o exame do processo a um tribunal de Roma (julho de 1529).

Em janeiro de 1531, o Papa proibiu a Henrique novas núpcias enquanto a causa estivesse sob julgamento. O rei, vendo que pouca esperança lhe restava, quis obter a dissolução do seu casamento da parte da hierarquia da Inglaterra: Thomas Cromwell, obscuro advogado que adquirira influência sobre o rei, aconselhava a Henrique que, a exemplo dos príncipes alemães, se separasse de Roma. Em fevereiro de 1531 uma assembléia do clero, instigada pelo rei, proclamou Henrique "Chefe Supremo da igreja da Inglaterra",  com a cláusula "na medida em que a Lei de Cristo o permite". Em  1532, o rei elevou a sé arquiepiscopal de Cantuária Thomas Cranmer que, numa viagem à Alemanha, tinha entrado em contato com o luteranismo; Cranmer resolveu declarar nulo o casamento de Henrique VIII, de modo que este se casou em 1533 com Ana Boleyn. O Papa respondeu excomungando o monarca e final mente declarando válido o casamento com Catarina. O cisma estava às por tas: em novembro de 1534, o parlamento inglês votou o "Ato de Supremacia", que proclamava ser o rei o "Único e Supremo Chefe da igreja na Inglaterra"; os súditos que não reconhecessem esse ato seriam punidos com a morte. A grande maioria do clero se submeteu, talvez porque acostumada ao conceito de Igreja nacional e bastante mundanizada. Resistiram, porém, até a morte, vários leigos e clérigos, dos quais se destacaram o leigo Tomás Moro e o bispo John Fisher.

Muitos mosteiros foram fechados, relíquias e imagens foram destruídas. Apesar do cisma e das pressões luteranas, o rei queria conservar íntegra a fé católica na Inglaterra: combatia tanto a adesão ao Papa (manto as inovações religiosas do continente.

Henrique teve por sucessor um filho de dez anos, que lhe nascera do seu terceiro matrimônio! Este menino, Eduardo VI, teve como tutores o duque de Somerset e o de Northunberland que, juntamente com o arcebispo Cranmer, muito trabalharam pela introdução da teologia protestante na Inglaterra. Houve revoltas em diversos condados e as desordens se avolumaram na Inglaterra, a tal ponto que, quando Eduardo VI morreu (aos 16 anos de idade), em1553, a nação em peso se pronunciou pela princesa Maria, a Católica, filha de Henrique VIII e Catarina, contrariando a designação que Eduardo fizera em. favor de Joana, cortesã de sangue real, protestante.

Maria Tudor resolveu a situação. Era católica convicta e se pôs a traba lhar, apoiada por seu primo, o cardeal Reginaldo Pole, legado papal.

Em 1554, o Parlamento voltou a nova união da Inglaterra com a Santa Sé.

Os prelados depostos por Eduardo VI foram restituídos às suas sedes, enquanto os hereges, vindos do estrangeiro, foram expulsos.

A rainha Maria, no seu zelo restaurador, adotou medidas extremas ,se­melhantes às que Henrique VIII tomara contra os católicos. Esse zelo exces sivo era, em parte, favorecido pelo povo, mas encontrou desaprovação da parte de católicos, que se tornaram avessos à rainha. Esta se tornou impopu lar também por seu casamento com Filipe, filho de Carlos V, que pouco depois subiu ao trono da Espanha com o nome de Filipe II. Morreu prema turamente (1558); pouco depois do seu desaparecimento, extinguia-se a res tauração católica na Inglaterra.

Sucedeu-lhe no trono uma filha de Ana de Boleyn com Henrique VIII: a rainha Elisabete (1558-1603), visto que Maria não deixara herdeiros A nova soberana elevou a Inglaterra a extraordinário poder político e econômico. A sua religiosidade era misteriosa: convertera-se ao catolicismo sob Maria e, elevada ao trono, continuava a freqüentar a missa, confessar-se e comungar. Essas atitudes, porém, não eram profundas e cediam a interesses políticos. No dia de sua coroação, jurou conservar a religião católica  no país; não obstante, motivos de conveniência a levaram a violar a sua palavra. Os católicos a consideravam rainha ilegítima e propunham Maria Stuart, da Escócia, como herdeira legítima do trono. Isso fazia Elisabete se inclinar, cada vez mais, para o protestantismo. Em conseqüência, sob as aparências de católica, foi toman do medidas anticatólicas e antipapais. Libertou os teólogos presos na Ingla terra e chamou de volta os pregadores de novidade outrora expulsos.

Um dos feitos mais importantes de Elisabete foi a tentativa de restaurar a hierarquia episcopal na Inglaterra, praticamente extinta por Henrique XIII e Eduardo VI. Para tanto, foi escolhido como arcebispo de Cantuária um antigo capelão da rainha, Mateus Parker, que recebeu a ordenação episcopal em 17/12/1559, às cinco horas da manhã, na capela de Lamberth, segundo um ritual novo, chamado "Ordinal", confeccionado sob o rei Eduardo VI. O sagrante foi um bispo deposto, que se prestou a tal ofício: William Barlon, ex-titular da diocese de Beth, ordenado ainda sob Henrique VIII, validamente. Mateus Parker, uma vez ordenado bispo, ordenou outros bispos, reconstituindo as sim a hierarquia na Inglaterra.

Após longos estudos de peritos, que investigaram de perto os fatos, o Papa Leão XIII, em 1896, declarou inválidas as ordenações anglicanas, base ando-se em dois motivos: 1°) insuficiência do rito (o Ordinal de Eduardo VI excluía qualquer alusão á missa como sacrifício de Cristo perpetuado sobre os altares pelo ministério dos sacerdotes; 2°) falta de intenção devida (William Barlon queria constituir uma hierarquia diversa daquela que Cristo fundou, desvinculada da Sé de Pedro). É por isso que a Igreja Católica até hoje não reconhece as ordenações anglicanas, embora o assunto possa ser reestudado na base de novos aspectos que os estudiosos têm trazido á tona em ampla bibliografia. Este ponto é decisivo para a restauração da comunhão entre a Santa Sé e Cantuária. O reatamento, em nossos dias, vem sendo dificultado pela ordenação de mulheres para o presbiterato e até para o episcopado; dentro da Comunhão Anglicana, este fato tem aberto distância crescente entre os anglicanos e os católicos (acompanhados pelos ortodoxos orientais muito fiéis à Tradição).

No século passado, registrou-se na Inglaterra o chamado "Movimento de Oxford", chefiado por teólogos anglicanos (entre os quais John Newman, depois de convertido ao catolicismo e feito cardeal). Esses estudiosos puseram se a pesquisar a literatura teológica dos primeiros séculos do cristianismo ou os Padres da Igreja; mediante esse retorno à fontes, verificaram que a Igreja Católica havia guardado puramente  mensagem de Cristo e das primeiras gerações cristãs. A continuidade desse estudo é muito alvissareira, pois pode preparar o reatamento da comunhão entre o anglicanismo e o catolicismo.

Fonte: Cléofas

A Legião da Boa Vontade (LBV)

1 → C O M E N T Á R I O S
Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 382 - Ano 1994 - p. 140

A Legião da Boa Vontade (LBV), fundada por Alziro Zarur (1914-1979) na década de 1950, é hoje governada pelo Sr. José de Paiva Netto, também presidente da Religião de Deus. Pretende aproximar todos os homens entre si na base do amor fraterno, sem levar em conta as diferenças religiosas. A Religião de Deus, professada pela LBV, não é uma religião que abranja todas as crenças ou com a qual todas se possam identificar de algum modo, pois é francamente espírita e reencarnacionista; quem não compartilha a necromancia e o reencarnacionismo, há de se sentir constrangido e desambientado nessa religião de Deus.

De resto, não é preciso pertencer à LBV para pregar a aproximação dos homens entre si numa atitude fraterna; o Catolicismo apregoa a mesma coisa, todavia respeitando a verdade religiosa por Deus. É São Paulo quem diz: "Seguindo (fazendo) a verdade em amor, cresceremos sob todos os aspectos em direção àquele que é a Cabeça, Cristo" (Ef 4,15). É o relativismo religioso que deteriora ou mesmo anula o programa da LBV; o amor e a fraternidade entre os homens hão de ser cultivados sem detrimento da VERDADE, que é o primeiro de todos os valores ou a luz que ilumina toda a atividade humana.

A Legião da Boa Vontade (LBV) é mais uma das correntes religiosas que solicitam o cidadão de nossos dias. Teve origem no Rio de Janeiro na década de 1950; espalhou-se por todo o Brasil e tem ramificações no estrangeiro, pois pretende dirigir-se a toda a humanidade. O seu fundador é Alziro Zarur (1914-1979), que tem atualmente como sucessor o Sr. José de Paiva Netto, outrora Secretário de Zarur, hoje presidente da LBV e da Religião de Deus.

Os avanços da LBV chamam a atenção do público, ao qual lançam interrogações. Eis por que PR se volta agora para o assunto, após o ter abordado em PR 5/1957, p. 25; 3/1958, p. 119, ou seja, nos primeiros anos de existência da LBV.

1.    MENSAGEM

O nome de Legião da Boa Vontade é inspirado pelo texto de Lc 2,14: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade", Alziro Zarur pretendia unir todos os homens num Grande Parlamento Mundial da Fraternidade, passando por cima de todas as diferenças de religião, raça, cultura, etc.; para o conseguir, cada qual deveria ter boa vontade!

A mensagem de Zarur e de Paiva Netto é espírita. Paiva Netto fala de duas humanidades: a visível, que habita sobre a Terra, e a invisível, que habita no céu da Terra; entre uma e outra há comunicações, ou seja, os "espíritos desencarnados" são guias dos homens neste mundo. Eles informam que estamos chegando na hora da Quarta Revelação; na primeira (Antigo Testamento), Deus se terá manifestado; na segunda, Jesus Cristo; na terceira, o Espírito Santo; na quarta, começará a religião do amor universal, orientada por espíritos superiores, que falam não somente através de médiuns, mas também descendo sobre a Terra em discos voadores. Assim, instaura-se a religião de Deus, que congrega todas as crenças religiosas, conforme Paiva Netto.

A LBV proclama o fim da era presente; Jesus estaria chegando para inaugurar nova era; vivemos tempos apocalípticos; todavia, os pregadores da LBV não anunciam desgraças, apenas falam de renovação da história. Paralelamente, professam a reencarnação, tida como necessária, para que as pessoas se purifiquem de seus pecados e atinjam a plena felicidade (que Paiva Netto) não descreve). Julgam que a Bíblia admite a reencarnação no Antigo e no Novo Testamento, mas não aprofundam sua afirmação (se o fizessem, perceberiam que ressurreição de carne e reencarnação não significam a mesma coisa).

A LBV e a Religião de Deus se interessam muito pela cura das doenças físicas e morais mediante a imposição das mãos:

"Quando a criatura transgride a lei do Criador, começa a adoecer. Por isto mesmo, para o homem ... pode haver enfermidade incurável, mas não para Deus. Para Deus todos esses males são perfeitamente sanáveis. Depende da fé que cada um deposita no seu Criador, no Eterno Deus do Amor, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo" ("Jesus está chegando" n.º 22, novembro/dezembro 1992, p. 17).

Em Brasília, a LBV construiu o Templo da Boa Vontade, em forma de pirâmide, cujo ápice traz um cristal. No pavimento do Templo há sete círculos concêntricos pretos e sete brancos, que as pessoas percorrem para chegar finalmente debaixo do cristal, tido como portador de boas energias!

O Sr Paiva Netto espera construir também um grande edifício, sede do Parlamento da Fraternidade Universal, ao lado do Templo da Boa Vontade em Brasília. Terá seu Conselho de Honra, que Paiva Netto espera constituir com as mais diversas personalidades do Brasil.

Os pioneiros da Legião fazem questão de colher testemunhos de simpatia das mais diferentes correntes de pensamento; procuram envolver também os fiéis católicos num coro de louvores a Paiva Netto, tido como líder carismático, iluminado por espíritos superiores.

A linguagem utilizada pelos mensageiros da LBV é pomposa e alvissareira; pode impressionar muitos ouvintes e leitores, pois parece ensinar o amor universal por cima de todas as barreiras que separam os homens.

 2.    QUE DIZER

Duas observações vêm a propósito.

 2.1.       A Religião de Deus

 Paiva Netto pretende criar uma nova religião: a Religião de Deus, na qual se encontrariam todos os homens a partir de qualquer crença religiosa.

Esta proposta, porém, é inconsistente. Na verdade, a Religião de Deus não é outra coisa senão uma forma requintada de espiritismo, que pretende basear-se nas Escrituras Sagradas e em conceitos cristãos. Quem não aceita a comunicação com os mortos e a reencarnação, há de se sentir constrangido pela mensagem espírita da LBV; assim, um fiel católico há de julgar que a LBV faz "um belo teatro religioso" ..., mas teatro que foge à verdade ou à realidade. Só pode filiar-se à LBV quem não tenha convicções religiosas ou quem pense que religião é um sentimento vago e cego.

 Ora, dizemos que a fé não é uma atitude cega ou sentimental; é um ato da inteligência humana, que foi feita para a verdade, e que sabe que existe a verdade não somente nas ciências exatas, mas também na área religiosa. Deus é a Suma Verdade, e Ele se revela ao homem por vias objetivas que interpelam a inteligência humana. Para que alguém creia como ser inteligente, deve pôr sua inteligência a funcionar e indagar: "Por que hei de crer ...? Por que crer nisto ou naquilo e não naquilo outro?". É essa indagação da inteligência que prepara o ato de fé e faz que seja algo à altura da dignidade humana.

Por isto, dizemos que existem a verdade (proposições verídicas) e o erro (proposições errôneas) no setor religioso. Em conseqüências, uma pessoa que tem suas convicções religiosas, não pode fingir que não as tem e que abona crenças diversas das suas. Isto significa ofender a Verdade ou o próprio Deus.

É claro, porém, que a distinção entre verdade e erro em religião não implica em hostilidade entre as pessoas. Pode haver encontros entre elas em âmbito de fraternidade e benevolência, contanto que não se relativize a verdade religiosa.

A Igreja Católica apregoa a aproximação dos homens entre si, quaisquer que sejam as suas crenças religiosas. Essa aproximação pode favorecer o diálogo, desfazer preconceitos e barreiras; nunca, porém, deverá redundar em relativismo religioso.

Vejamos, por exemplo, o Decreto sobre o Ecumenismo do Concílio do Vaticano II:

"No diálogo com os irmãos, é absolutamente necessário que a doutrina inteira seja lucidamente exposta. Nada é tão alheio ao ecumenismo quanto aquele falto irenismo, pelo qual a pureza da doutrina católica sofre detrimento e seu sentido genuíno e certo é obscurecido" (n.º 11).

O relativismo ou as concessões mútuas podem ter lugar entre partidos políticos ou instituições meramente humanas, pois nenhuma delas tem a garantia da inerrância. Diferente, porém, é o caso da fé; esta resulta da adesão à Palavra de Deus, que é intocável e escapa às conveniências humanas.

Não há dúvida, em todos os seres humanos existe o mesmo senso religioso inato, pois o homem é sapiens e religiosus. Isto explica a convergência das diversas correntes religiosas em manifestações idênticas: a oração com seus gestos, o recolhimento, o culto a Deus, a ascese, uma ética condigna ... Todavia, além da base comum, toda Religião tem seu Credo próprio: a respeito de Deus, há quem diga que é uma Força Neutra que move o universo ... há quem diga que é o próprio mundo e o homem, ... há quem diga que é o Criador distinto do mundo e do homem ... A respeito da salvação, há quem julgue que o homem mesmo se salva por seus esforços em encarnações sucessivas e há quem diga que é Deus quem salva o homem porque lhe quer bem e se entregou para a salvação do mundo ... Por isto, cada religião é inconfundível; quem a professa, professa-a porque a tem como verdadeira e certamente não quer que a verdade e o erro sejam colocados no mesmo plano.

 O S. Padre João Paulo II tem dado belo testemunho de aproximação dos Credos entre si, sem confusão religiosa. Um dos mais significativos foi o Encontro de Assis em 27/10/1986: 108 pessoas representantes das grandes religiões da humanidade (cristãos, budistas, hinduístas, maometanos, judeus, jainistas, chintoístas, sikitas, zoroastrianos, cultores das tradicionais crenças da África e da América) passaram um dia em oração e jejum, na qualidade de peregrinos, que pediam a Deus a paz para o mundo; cada grupo, porém, rezou segundo o seu rito, num recinto ou uma capela própria.

Com outras palavras: a prática da caridade ou da fraternidade não pode empalidecer um valor que lhe é anterior e que vem a ser luz para toda a atividade humana: a VERDADE. A caridade cega, não iluminada pela verdade, não é autêntica. Seja sempre respeitada a diferença entre a verdade e o erro; este respeito não impede a benevolência para com todos os homens; ao contrário, exige-a, todavia sem concessões ao relativismo religioso.

 Vê-se assim que o amor a todos os homens e o desejo de os aproximar entre si não são apanágio da LBV. São programa também do Catolicismo, que, preservando a Verdade, alicerça mais solidamente o senso de fraternidade universal. O que favorece a expansão da LBV é o seu relativismo, que não chama a atenção de ninguém, visto que, em nossos dias, são freqüentes o subjetivismo, o sentimentalismo e o antiintelectualismo em matéria religiosa.

2.2.       Fenômenos mediúnicos

A profissão de fé espírita da LBV seja avaliada à luz das recentes conclusões da psicologia e da parapsicologia. Estas verificam que o ser humano tem um rico e poderoso inconsciente, suscetível de ser acionado pela sugestão (explícita ou implícita, auto-sugestão ou hetero-sugestão). Por conseguinte, a pessoa sensitiva (em linguagem espírita, dir-se-ia: o médium), quando condicionada, pode exercer a percepção extra-sensorial, a telepatia, a telecinésia, a telergia, a pantomnésia ..., como se fossem fenômenos resultantes de intervenções do além; na verdade, tais fenômenos, apresentados como manifestações de uma outra humanidade (invisível), não são mais do que expressões do psiquismo do próprio médium. Isto hoje é claro a quem se dedica ao estudo de tais realidades.

 Quanto à reencarnação, já tem sido refutada algumas vezes em PR; cf. 256/1983, pp. 168ss; 220/1978, pp. 174ss; 230/1979, pp. 66ss. Não se baseia em prova alguma; ninguém tem recordação do que foi em vida anterior; por isto, também não sabe que culpas está expiando na vida presente. Além do quê, segundo a lei do karma, quem vive pobre e doente, é pecador que está pagando por faltas graves cometidas em encarnação anterior, ao passo que toda pessoa rica e sadia é pessoa virtuosa que está recebendo o prêmio de suas virtudes ...!

 Estas poucas considerações evidenciam o despropósito da Legião da Boa Vontade, que não resiste ao crivo de raciocínio sereno e objetivo.

Fonte: Cléofas

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)

5 → C O M E N T Á R I O S
IURD, a "igreja de Edir Macedo"

Dentre as comunidades protestantes pentecostais, a que mais se propaga atualmente é a chamada Igreja Universal do Reino de Deus", fundada no Brasil em 1977 por Edir Macedo Bezerra.

1. Traços biográficos

Edir Macedo Bezerra nasceu no Estado do Rio de Janeiro. Quis ser professor; todavia, abandonou seu curso universitário sem o concluir, pois era uma pessoa deprimida. Procurou alivio na Igreja Católica, mas não se satisfez. Passou então para o espiritismo e freqüentou terreiros de macumba, mas também aí não encontrou as respostas desejadas.  Fez- se então membro da Igreja Pentecostal Nova Vida, onde permaneceu até 1974. Deixou-a para pregar; por conta própria, a cura mediante a fé. Em1974, junto com Roberto Augusto Alves, Romildo Soares (seu cunhado) e os irmãos Samuel e Fidelis Coutinho, fundou a Igreja Cruzada do Caminho Eterno. Em 1977 se desentendeu  com os irmãos Coutinho e, ao lado do cunhado e de Roberto Augusto, inaugurou a Igreja Universal do Reino de Deus na Abolição (zona norte do Rio de Janeiro).

Quatro anos após a fundação, Edir outorgou o título de "bispo" a si próprio e a Roberto Augusto. "Esse negócio de bispo é só um título para envolver os católicos", terá dito Edir Macedo, segundo o depoimento de Roberto Augusto ao Jornal da Tarde de 2/4/1994, pág. 16.

O próprio Roberto Augusto, que "sagrou" Edir como bispo, separou-se de Macedo e retornou à Igreja da Nova Vida; algo de semelhante fizeram vários companheiros de Edir Macedo - entre os quais o famoso pastor Carlos Magno de Miranda, que se retirou para fundar a sua Igreja, dita "do Espírito Santo de Deus". Romildo Soares, cunhado de Edir, afastou-se para constituir sua Igreja, dita "Igreja da Graça". Na verdade, a colaboração com Edir se tornou difícil por causa da prepotência deste líder e eu) virtude do espírito mercantilista que cada vez mais foi prevalecendo em suas atividades.

Feito "bispo" monárquico, Edir criou para si um vasto império. Como pregador do Evangelho e arauto de curas, foi adquirindo vários meios de comunicação e outros bens materiais no Brasil e no exterior.
(portanto, mais uma das "igrejas" fundadas por homens)

2. O culto praticado na Igreja Universal

O culto exercido nas sessões da Igreja Universal do Reino de Deus é predominantemente o de atendimento às pessoas que lá compareçam, afetadas por algum problema físico, psíquico, familiar, econômico... Os pastores desta Igreja atribuem o surto desses problemas à intervenção do demônio (não raro confundido com a pomba-gira ou algum exu da Umbanda); consequentemente, aplicam exorcismos - o que se faz em meio a gritos, lágrimas, gemidos, convulsões, pancadas, aclamações, palmas, etc...

Edir Macedo tem o dinheiro por grande estima: "O dinheiro é uma ferramenta sagrada que Deus usa na sua obra" (Jornal da Tarde, 6/4/1991, pág. 14) - daí a insistência no pagamento do dízimo. Há diversos modos de estimular os fiéis à entrega de dinheiro; exemplificando: são distribuídos envelopes aos crentes, aos quais é dado um prazo fixo para que os devolvam com um fio de cabelo para ser benzido e a contribuição monetária; são também motivo para arrecadar donativos os cultos considerados especiais, que requerem unção com azeite, correntes de libertação, de prosperidade, de Gedeão, do amor.


3. Uma reflexão

Verifica-se que o grande interesse da Igreja Universal e de denominações congêneres é o serviço ao homem. Assim, faz-se da religião um sistema mágico de solução dos mais diversos problemas do indivíduo; cria-se uni novo tipo de 'pronto-socorro': o religioso, o qual pode realizar aparentes prodígios mediante a sugestão movida por temas religiosos (sempre muito penetrantes). O culto a Deus em adoração e louvor se torna secundário quando ocorre, é em função de pretensas curas e façanhas  "portentosas".

Ora, religião é, antes do mais, ligação do homem com Deus; tem por objetivo primeiro adorar e glorificar a Deus, porque Ele é santo e infinitamen­te sábio e bom, independentemente deste ou daquele efeito extraordinário. É o que o Pai-Nosso ensina, propondo em suas três primeiras petições um olhar para Deus Pai; depois é que vêm as petições relativas ao homem, enquanto filho de Deus, tendente à Casa do Pai através das estradas desta vida. A religião há de ser teocêntrica, e não antropocêntrica.

Fonte: Cléofas

Mórmons

0 → C O M E N T Á R I O S
Os pseudocristãos

Chamam-se "pseudocristãs" aquelas denominações protestantes que, embora guardem elementos cio cristianismo, já não correspondem à genuína mensagem do Evangelho. Sobrepõem a este uma nova revelação (o Livro de Mórmon, por exemplo) ou um novo modo de ler, que já não conserva as linhas essenciais do cristianismo: Deus uno e trino, Jesus Deus e homem, Salvador do mundo por sua morte expiatória. Duas modalidades desse pseudocristianismo vão, a seguir, apresentadas: a dos mórmons e a das testemunhas de Jeová

Os Mórmons

"Eu, Nefi, tendo nascido de boa família, fui, portanto, instruído sobre alguma coisa de todo o conhecimento de meu pai; e tendo padecido muito no correr de minha vida, fui, não obstante, altamente favorecido pelo Senhor; sim, havendo adquirido um grande conhecimento da bondade e dos mistérios de Deus, faço, portanto, um registro de meus atos durante a minha vida" (O Livro de Mórmon, cap. 1).

Assim começa o principal livro dos mórmons ou "santos dos últimos dias", derivação religiosa protestante que passamos a estudar.

O fundador Joseph Smith (1805-1844)
(portanto, mais uma “igreja” fundada por um homem)

Nascido nos Estados Unidos, Joseph desde cedo se mostrou propenso a inventar histórias maravilhosas. Não era muito amigo da leitura e mal conhecia a Bíblia, embora fosse de família metodista. Refere ele que, em 1820, teve a visão de dois anjos que lhe deram a ordem de não se filiar a crença religiosa alguma, pois haveria de restaurar "a Igreja cristã primitiva".

Uma segunda visão se deu em 21/9/1822, quando Joseph foi "visitado" por uma figura fulgurante, que dizia ser o anjo Moroni; este lhe anunciou que ele (Joseph) haveria de descobrir placas de ouro ocultas, nas quais se achava escrita a história maravilhosa do povo de Deus na América. Finalmente, em 22/9/1827, o mesmo anjo o levou a encontrar as famosas placas, após haver cavado o cume da colina de Cumorah.

O texto da mensagem era atribuído pelo anjo a um rei chamado Mórmon (daí o nome "mórmon" que a Joseph Smith e seus seguidores foi dado posteriormente). O documento estava redigido em idioma que Smith chamava "língua egípcia reformada", e que ele desconhecia. Para o entender, Moroni forneceu ao vidente duas pedras maravilhosas (Urim e Tumim), que comunicavam a necessária compreensão do texto.

Dizia o jovem que quem ousasse lançar um olhar para as placas de ouro, morreria imediatamente. Por isso Smith, nos tempos subsequentes, colocava­m-se por trás de uma cortina e lá ditava a tradução da mensagem das placas a um secretário, um modesto camponês chamado Martin Harris. Em junho de 1829 estava terminada a tradução inglesa do Livro de Mórmon, a qual foi impressa e publicada cm 1830. Sem demora, o anjo arrebatou as placas, de sorte que jamais foram vistas pelo público. Apenas (eis urna declaração colocada no início de cada exemplar do referido livro) três discípulos de Smith as puderam contemplar numa visão posterior, e atestaram esta visão com jura­mento.

Juntamente com a mensagem de Mórmon, Joseph dizia ter recebido a missão de fundar uma Igreja, que seria a restauração da antiga Igreja de Cristo e dos apóstolos. Com alguns poucos companheiros, portanto, fundou a nova comunidade em 6/4/1830 no Estado de Nova Iorque (EUA). Esta agredia os que a ela não se filiassem, como se fossem pagãos; por isso, os discípulos de Smith foram expulsos de localidade em localidade, até se fixarem no Estado de Illinois, onde fundaram a cidade de Nauvoo (Nova Sião).

O governo do Estado concedeu aos mórmons autorização para viverem em certa independência, com poder legislativo, judiciário e executivo própri os, além do direito de manter um exército para sua defesa, sob o comando de Joseph Smith. Este fundou também um grandioso templo e uma universidade, chegando a se candidatar à Presidência da República dos Esta (1 os Unidos em 1843. Joseph disseminou pregadores para divulgar o seu programa, no qual estava incluído o resgate dos escravos.

Contudo, a situação evoluiu desfavoravelmente... Smith resolveu procla mar em público uma doutrina que lhe fora "revelada" particularmente e que já era posta em prática na sua comunidade: a doutrina do "matrimônio celeste" ou da poliga mia. Isso provocou a animosidade das popula ções vizinhas de Nauvoo, populações estas que haviam recebido com simpatia "os santos dos últimos dias".

Os jornais da região incitaram, então, os cidadãos à guerra contra os crentes; estes res ponderam arregimentando as suas tropas. Isso bastou para que o governador do Estado acusas se Smith de alta traição. O vidente quis então fugir; não o fez, porém, visto que seus companheiros o consideravam como covarde. Resolveu se entregar aos juizes civis, que o colocaram no cárcere. Contudo, a multidão não se conteve invadiu a prisão em 27/6/1844 e pôs fim violento à vida de Joseph e seu irmão Hyrum Smith. O fundador tinha, na ocasião, 39 anos de idade, e veio a ser considerado como mártir e símbolo sagrado por seus discípulos que, apesar de enfrentarem novas dificuldades, foram expandindo suas idéias até hoje.

A mensagem dos mórmons

Os mórmons contam do seguinte modo a sua história: após a confusão das línguas em Babel (cf. Gn 11), a tribo de Jered emigrou da Ásia para a América. Contudo, já que se constituía de homens maus, Deus permitiu que fosse punida por muitas guerras e calamidades públicas, de modo que estava para se extinguir em 600 a.C. Nessa época, porém, vivia na Palestina um profeta chamado Lehi, da tribo israelita de Monassés, que foi avisado por Deus de que em breve (586 a.C.) Jerusalém cairia sob os golpes de Nabucodonosor; por isso, Lehi veio com outros israelitas para a América, onde encontrou os últimos descendentes de Jared.

Uma vez morto Lehi, houve divergências entre os seus dois filhos, Nefi e Lamã que, em conseqüência, separaram-se um do outro. A tribo de Nefi se conservou fiel a   Javé, ao passo que os descendentes de Lamã prevaricaram; como castigo, Deus deixou que a cor de sua pele se tornasse vermelha - são hoje em dia os índios ou aborígenes da América. Quando Cristo esteve sobre a terra, visitou os nefitas na América após a sua ressurreição. Dois ou três séculos depois de Cristo, também os nefitas (de pele branca) pecaram grave mente e foram exterminados pelos lamanitas ou índios.

Contudo, o último rei e patriarca nefita, Mórmon, antes de morrer escre veu a história de seu povo sobre placas de ouro, que ele entregou a seu filho Moroni; este escondeu tão precioso depósito no alto da colina de Comorah, onde finalmente Joseph Smith no século passado, sob a guia do anjo Moroni, viria a descobri-lo. Dai se origina o Livro de Mórmom, que é, conforme os seus adeptos, "a Terceira Revelação" (enumerada após o Antigo e o Novo Testamento); à luz de tal livro é que a Bíblia deve ser relida, como dizem!

Na base de tais revelações, os mórmons professam a seguinte doutrina: existe um Deus, que é "Pai, Filho e Espírito Santo"; o Pai, porém, tem carne e osso; quanto ao Filho e ao Espírito, são apenas emanações do Pai.

O homem é eterno: viveu no Reino de Deus antes de aparecer sobre a terra. Neste mundo as pessoas não têm lembrança dessa sua existência pas sada, a fim de poderem aceitar ou recusar livremente o Evangelho. Caso não cheguem a conhecer o Evangelho na vida presente, poderão conhecê-lo após a morte, e se salvarão em um batismo póstumo.

O batismo póstumo é uma das práticas mais estranhas do mormonismo. É administrado por presumida procuração aos descendentes dos defuntos. A descendência é meticulosamente examinada em tabelas genealógicas, que os mórmons consultam (se necessário) em arquivos espalhados pelo mundo inteiro. Assim, os descendentes podem obter a graça de Deus para seus antepassados que não conheceram a Revelação divina.

Também se pratica o matrimônio pelos mortos. Uma mulher que faleça sem se ter casado nesta vida, pode ser, pelos seus familiares sobreviventes, ligada a um homem no além. Em caso contrário, seria prejudicada em sua bem-aventurança póstuma. Diz, com efeito, a Revelação n° 132: "Aqueles que não passam por esse sacramento (do matrimônio), só podem aspirar à digni dade de anjos, ao passo que os eleitos podem esperar se elevar até à digni dade de deuses". Os mórmons já não exercem a poligamia, dada a repulsa que este costume suscitou na sociedade norte-americana.

Poderíamos relatar muitas outras crenças e práticas estranhas dos mórmons, que bem evidenciam o quanto essa corrente religiosa é fantasista e pouco merecedora de crédito!

Fonte: Cléofas

Denominação Batista

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Os Batistas

Os batistas têm por fundador o inglês John Smyth (portanto, mais uma "igreja" fundada por um homem). Ele foi, primeiramente, pastor anglicano. Movido pelo espírito reacionário que agitava não poucos cristãos de sua pátria, queria uma reforma ainda mais radical do que a anglicana; em particular, não se conformava com a organização hierárquica (episcopal) e a liturgia dos anglicanos, que ele julgava supérfluas.
Os batistas vêm a ser uma das denominações protestantes hoje em dia mais ativas. Examinemos a sua origem e o seu credo.

Origem


Os batistas, em geral, não têm idéias muito claras sobre as origens da sua denominação. Certo é que não se prende nem a São João Batista e nem a discípulos deste grande santo, como dizem alguns. Não há, em absoluto, documentos e nem indícios de continuidade entre São João Batista e os batistas de hoje. Ao contrário, claros testemunhos da história apontam os inícios do movimento batista no século XVI d.C.

Com efeito, sabei nos que, no século XVI, a partir de 1517, Martinho Lutero empreendeu a Reforma Protestante, contestando a Igreja-Mãe ou o catolicismo; era muito caloroso em suas interpelações e se sentia apoiado pelos príncipes e nobres alemães da época, que alimentavam uma ponta de nacionalismo germânico. Todavia, um grupo de cristãos, chefiado por Thomas Munzer; Balthasar Hubmaier, Geoge Baulrock, Ludwing Hoetzer, julgava que Lutero não ia suficientemente longe nos seus propósitos reformadores. Na Alemanha e na Suíça começaram, então, a apregoar uma Igreja, em grau máximo, espiritual, sem hierarquia visível e constituída, exclusivamente, pela adesão consciente dos homens à Palavra de Deus. O sinal característico  dessa nova Igreja seria o batismo, a ser ministrado aos adultos, não às crianças, de sorte que os membros do grupo batizavam de novo os fiéis que lhes aderiam; daí o                                                 nome de "anabatistas" ou "rebatizadores" que lhes foi dado. O movimento anabatista sofreu forte repressão por parte de Lutero, Zvínglio e dos príncipes alemães. Desencadeou revoltas fanáticas, das quais a mais famosa é a dos camponeses, cujo chefe, Thomas Munzer, foi decapi tado em 1525. Não poucos anabatistas, fugindo à perseguição, começaram a propagar suas idéias na Itália, na Holanda, na Inglaterra e na Escandinávia, onde subsistem até hoje em pequenos grupos.

Mais importantes são as ramificações que procederam do tronco anabatista, como são os menonitas (de Memo Simons, + 1559), os irmãos hutterianos (de Tiago Hutter), a Igreja dos Irmãos nos Estados Unidos da América do Norte, a Igreja dos Irmãos Evangélicos Unidos e a Igreja Batista - de todas, a mais numerosa.

Os batistas têm por fundador o inglês John Smyth (+ 1617). Foi, primei­ramente, pastor anglicano. Movido pelo espírito reacionário que agitava não poucos cristãos de sua pátria, queria uma reforma ainda mais radical do que a anglicana; em particular, não se conformava com a organização hierárquica (episcopal) e a liturgia dos anglicanos, que ele julgava supérfluas. Por isso formou, em Gainsborough, uma pequena comunidade dissidente do anglicanismo, no ano de 1604; foi, porém, obrigado a se exilar com os seus companheiros, indo ter a Amsterdam (Holanda), onde o calvinismo predominava.

No exílio, viveu em casa de um padeiro menonita, que o persuadiu de que era inválido o batismo conferido às crianças (tese anabatista). Smyth então administrou a si mesmo um segundo batismo, de cujo valor, porém, começou a duvidar. Em conseqüência, seus companheiros, por ele convencidos da tese anabatista, o expulsaram da comunidade; Smyth não conseguiu ser admitido nem mesmo entre os menonitas, aos quais pedira acolhimento.

Em 1612, um grupo de seus discípulos voltou à Inglaterra, e lá fundou a primeira Igreja Batista (não mais Anabatista), também chamada "dos Batistas Gerais", porque, contrariamente à doutrina calvinista, ensinava que Cristo, pela cruz, salvou todos os fiéis. Outros grupos Se formaram pouco depois, ditos "dos Batistas Regulares ou Particulares". Com efeito, em 1641 outra pequena comunidade de dissidentes do anglicanismo, em Londres, conven ceu-se da tese anabatista; mandou, então, um de seus membros, Ricardo Biunt, a Rijunsburg, na Holanda, a fim de pedir o batismo de adulto à seita do dompelaer (ramo menonita) e levar à Inglaterra o "verdadeiro batismo". Blount se desincumbiu de sua missão e, voltando em 1641, rebatizou por imersão (única forma de batismo reconhecida por esses grupos) 55 membros da comunidade de Londres; aceitou do calvinismo holandês a doutrina de que Cristo salva somente os predestinados - donde o nome de "Batistas Particulares" que lhes coube.

Hoje em dia se contam mais de 20 ramos batistas, que em 1905 se uniram de maneira um tanto vaga na "Liga Mundial Batista"; são, entre outros, os batistas calvinistas, os batistas congregacionalistas, os batistas pri mitivos, os batistas do livre pensamento, os batistas dos seis princípios (por que aceitam como único fundamento da fé e da vida cristã os seis pontos mencionados em Hb 6,1s: arrependimento, fé, batismo, imposição das mãos, ressurreição dos mortos, juízo eterno), os batistas tunkers, os batistas campbellitas, os batizantes a si mesmos, os batistas abertos, os batistas fecha dos, os batistas do sétimo dia (observantes do sábado e não do domingo), etc.

Cada comunidade batista é independente de qualquer autoridade visí vel, seja eclesiástica, seja civil, é regida diretamente por Jesus Cristo e pelo Espirito Santo", que agem na assembléia - não há, portanto, hie rarquia nem jurisdição eclesiástica. O pastor é, de certo modo, o governante absoluto da comuni dade, esta, porém, pode rejeitá- lo e substituir por outro. Todo po der é delegado pela assembléia dos cientes, que elege os que por ela respondem, tanto pastores como diáconos.

Doutrina:

Em sua teologia, os batistas seguem teses calvinistas. Assim por exemplo ensinam que Deus predestina  homens, diretamen te, não só para a glória, mas também para a condenação eterna. Afirmam também que a justifica ção ou a graça é obtida median te a fé apenas, de tal modo que não admitem obras meritórias. A graça não apaga o pecado exis tente na alma do Crente, mas tão-somente o encobre. Os ritos do batismo e da Santa Ceia não são meios comunicadores da graça (que vem somente pela fé), mas servem apenas para fortalecer aqueles que os praticam com fé.

Como no protestantismo em geral, a Bíblia é tida como única fonte de  doutrina, sem que haja atenção à tradição oral  ou à transmissão da doutrina de Cristo e dos apóstolos, que se fez de boca em boca e de geração em geração, sem ser consignada no Livro Sagrado. Esta posição básica dos pro testantes dá origem às numerosas denominações, no início de cada uma das quais há um "profeta" iluminado que interpreta a Bíblia a seu modo.

            Na verdade, afastam-se da tradição bíblica e cristã aqueles que só querem batizar crianças. Lemos, sim, que vários personagens pagãos professaram a fé cristã e se fizeram batizar "com toda a sua casa"; assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s, 24,44,47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s), o carcereiro de Filipos (At 16,31-33), Crispo de Corinto (At 18,8) e a família de Estéfanas (1Cor 1,46). A expressão "casa" (oikos, em grego) designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive, as crianças.

Quanto á imersão, ela não é obrigatória, pois não é o volume de água que importa, mas sim a efusão da água como símbolo e canal de pureza interior. No dia de Pentecostes, em Jerusalém, as três mil pessoas que se converteram certamente não foram batizadas por imersão, pois lá não havia rio e os reservatórios de água não comportavam tal quantidade de pessoas (cf. At 2,41).

fonte: Cléofas



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Origem: NA VERDADE NEM ELES SABEM , ATÉ NESTE PONTO HÁ CONTROVÉRSIAS:


NA VERDADE ELES ASSUMEM SEREM SEGUIDORES DAS HERESIAS COMBATIDAS PELA IGREJA DESDE O SEU INÍCIO.

ALÉM DO QUE ADULTERAM A HISTÓRIA.

OS BATISTAS SURGIRAM A PARTIR DA REFORMA PROTESTANTE.

A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é a sua incepção como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII.

A primeira igreja batista nasceu quando grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas.

John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em
seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira
igreja batista organizada.

Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares por volta de 1642 adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas.
A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo


A partir da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador e fundamentalista, como a Igreja Batista Conservadora fundada em Bagé – RS, a Igreja Batista Bíblica que organizou a Comunhão Batista Bíblica Nacional (CBBN) desde 1973, com cerca de uma centena de Igrejas e Congregações, a Igreja Batista Fundamentalista e a Igreja Batista Regular. Existem também dezenas de Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da Floresta (MG), Filadélfia (RJ) Calvário em Niterói (RJ), todas de orientação pentecostal.

Existem Igrejas batistas que se proclamam também calvinistas, e são filiadas às diversas convenções ou simplesmente, independentes. No Brasil, há uma comunhão cujo objetivo é estreitar laços de comunhão entre os seus membros, em geral filiados à igrejas batistas reformadas: trata-se da Comunhão Reformada Batista no Brasil

Existe ainda a Igreja Batista do Sétimo Dia, cuja diferença em relação aos outros batistas está na guarda do SÀBADO.
Nós, Batistas do Sétimo Dia, somos um povo que vem de longe, de muitas perseguições, de muitas lutas, mas construindo uma bela história de fé, de doutrina e de princípios
Nós cremos que o SÁBADO sagrado da Bíblia, o sétimo dia da semana, é tempo sagrado, um dom de Deus para todas as pessoas, instituído na criação, afirmado nos dez mandamentos e reafirmado no ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos.


Com o nome de Batista existimos desde 1612, quando Thomas Helwys de volta da Holanda, onde se refugiara da perseguição do Rei James I da Inglaterra, organizou com os que voltaram com ele, uma igreja em Spitalfields arredores de Londres.
Thomas Helwys, que era advogado e estudioso da Bíblia, ao escrever um livro intitulado ” Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade”, foi preso e morreu na prisão, em 1615.


Hoje em dia, contam-se mais de vinte ramos batistas, que em 1905 se uniram de maneira um tanto vaga na Liga Batista Mundial.

São, entre outros:

os batistas calvinistas

os batistas congregacionalistas

os batistas primitivos

os batistas do livre pensamento

os batistas dos seis princípios (porque aceitam como único fundamento dá fé e da vida cristã os seis pontos mencionados em Hebr 6, 1-2: arrependimento, fé, batismo, imposição das mãos, ressurreição dos mortos, juízo eterno)

os batistas tunkers

os batistas campbellitas

os batizantes a si mesmos

os batistas abertos

os batistas fechados

os batistas do sétimo dia (que observam o sábado e não o domingo), etc.


ESTA É A VERSÃO MAIS ACEITA PELOS PRÓPRIOS BATISTAS (MAIORIA).
PORTANTO, ALGUNS BATISTAS E PENTECOSTAIS DESCENDENTES (COMO A ASSEMBÉIA DE DEUS) DESCONHECEM AS SUAS PRÓPRIAS  ORIGENS.A RAIZ DELES, COMO EM TODAS AS IGREJAS PROTESTANTES, É  LUTERO E SUAS IDÉIAS.

FINALIZANDO:
SÃO HEREGES TANTO NA PRIMEIRA COMO NA SEGUNDA HIPÓTESE.
fonte: Caiafarsa

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